Economia

Paraguai pede que seja facilitado comércio de países sem mar

Paraguai exige que seja facilitado comércio para países sem acesso ao mar, o que significaria o livre trânsito de mercadorias com os países vizinhos


	Paraguai: analistas estimam que nações sem acesso ao mar perdem até 20% de potencial econômico
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Paraguai: analistas estimam que nações sem acesso ao mar perdem até 20% de potencial econômico (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 13h31.

Viena - O Paraguai exige que seja facilitado o comércio para os Estados sem acesso ao mar, o que significa o livre trânsito de suas mercadorias através dos países vizinhos.

Em entrevista à Agência Efe por conta da segunda conferência da ONU sobre países em desenvolvimento sem litoral, que terminou nesta quarta-feira em Viena, o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, destaca, além disso, certos problemas técnicos e burocráticos que afetam as importações e exportações de seu país.

"A facilitação do comércio implica em livre trânsito, implica em modernização dos postos fronteiriços, na unificação dos trâmites, porque esses são os problemas que enfrentamos nos países sem litoral", assinala.

Segundo Loizaga, os acordos entre Paraguai, Bolívia, Argentina, Brasil e Uruguai preveem o controle dos contêineres transportado em navios pelos rios Paraguai e Paraná até o Oceano Pacífico.

"Achamos que esse uso (dos controles) não pode ser constante e permanente, e que com o tempo prejudicará as exportações paraguaias ou as importações", assinala o ministro.

É importante que o tráfego "flua e sem nenhum tipo de barreiras que pesam enormemente ao comércio internacional", acrescenta Loizaga, ao destacar que a hidrovia Paraguai-Paraná tem "máxima prioridade" para o executivo do presidente Horacio Cartes.

Além disso, o ministro lembrou que devido aos conflitos sindicais na vizinha Argentina, os navios fluviais paraguaios estiveram em um passado recente retidos durante vários dias, causando danos econômicos, especialmente com a perda de mercadorias perecíveis.

"São coisas que conspiram contra o normal desenvolvimento do trânsito dos países sem litoral", assegura o chanceler paraguaio.

"São fatos que escapam do governo (argentino), mas são situações que o governo tem que solucionar com o setor empresarial ou sindical", indica Loizaga.

A conferência de Viena, a segunda realizado sobre os problemas dos países sem litoral, concluiu hoje com a adoção do chamado "Programa de Ação de Viena" para melhorar as possibilidades de desenvolvimento desses países.

Este documento é uma roteiro para os próximos dez anos, nos quais se pretende facilitar o acesso dos produtos destes países ao mercado mundial, favorecer a cooperação regional e fomentar a criação de infraestruturas que ajudem ao desenvolvimento destas nações.

Os analistas estimam que as 32 nações em desenvolvimento sem acesso ao mar perdem até 20% de seu potencial econômico por estar isolados e depender de seus países vizinhos para poder chegar aos oceanos.

Estas nações, entre as quais estão Bolívia e Paraguai, têm cerca de 500 milhões de habitantes, mas só representam 1,2% do comércio mundial, o que se traduz em uma pior situação econômica e social, em média, do que aqueles Estados que possuem saídas para o mar.

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