Economia

Para Moody's, revisão da dívida grega seria negativa na UE

Segundo a agência de classificação, a suspensão dos pagamentos faria com que a nota da Grécia fosse rebaixada para 'C'

Moody's: além do país, bancos gregos e países europeus mais frágeis seriam afetados ainda que a reestrutução ocorra de forma ordenada (Thomas Coex/AFP)

Moody's: além do país, bancos gregos e países europeus mais frágeis seriam afetados ainda que a reestrutução ocorra de forma ordenada (Thomas Coex/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 12h24.

Paris - Uma reestruturação da dívida grega teria consequências negativas, inclusive para outros países europeus, e derrubaria a nota da Grécia para a categoria "C", último escalão antes da suspensão dos pagamentos, estimou nesta terça-feira a agência de classificação Moody's.

A suspensão dos pagamentos, que equivale a uma reestruturação da dívida, segundo a agência, "muito provavelmente faria com que a nota da Grécia fosse rebaixada por um longo período para a categoria 'Ca' ou 'C'".

A dívida grega a longo prazo é qualificada atualmente com a nota "B1" pela Moody's, que no começo do mês indicou ter a intenção de reduzi-la ainda mais nas próximas semanas.

Os bancos gregos, principais detentores de títulos da dívida grega, seriam afetados de acordo com a proporção do peso que teriam de suportar na reestruturação - o que afetaria seus balancetes, segundo a Moody's. Neste caso, sua nota também poderia ser rebaixada para a categoria "C".

Por outro lado, se os bancos gregos conseguirem se recapitalizar e o Banco Central Europeu (BCE) continuar garantindo-lhes a liquidez, sua nota não seria afetada. Mas a Moody's julga este cenário menos provável que o anterior.

De maneira geral, a agência de classificação estima que um calote da Grécia - equivalente a uma reestruturação da dívida - teria incidência negativa não apenas sobre a nota do país, mas também "provavelmente sobre os países europeus mais frágeis e para os bancos gregos, independente dos esforços para que haja uma reestruturação 'ordenada'".

"No que diz respeito à nota dos países europeus mais frágeis, a Moody's acredita que sua nota seria afetada em qualquer uma das hipóteses, seja qual for o tipo de default que a Grécia pode vir a ter", destaca a agência.

Depois de negar veementemente esta ideia durante meses, vários dirigentes europeus agora falam na possibilidade de uma reestruturação da dívida grega, tema tabu na União Europeia. O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, classificou o movimento como uma "reestruturação suave", com um reescalonamento dos vencimentos.

O presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, por sua vez, declarou-se contrário à reestruturação nesta terça-feira, mesmo que seja sob a forma de um reescalonamento dos vencimentos da dívida.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaGréciaPiigsUnião Europeia

Mais de Economia

Lula diz que a fome 'existe por decisão política' e quer tirar o Brasil do Mapa da fome até 2026

Taxação global de 2% sobre super-ricos arrecadaria de US$ 200 a US$ 250 bi por ano, diz Haddad

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Mais na Exame