O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em evento (Heinrich Aikawa/Instituto Lula)
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de março de 2014 às 11h23.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre política e economia em uma entrevista para o jornal italiano La Repubblica publicada neste domingo.
Em resposta a uma pergunta sobre a fragilidade econômica brasileira, ele diz que "nossos críticos queriam que diminuíssemos as vagas de emprego para reduzir a inflação, mas para nós a defesa do trabalho é mais importante que a inflação."
Lula negou a possibilidade de ser candidato este ano, mas deixou a porta aberta em relação ao futuro. Ele classificou os protestos recentes como naturais e prova de que a democracia brasileira "não é um pacto de silêncio, mas a busca por melhores condições"
O ex-presidente disse que respeita a decisão da justiça brasileira em relação ao caso do refugiado Cesare Battisti assim como respeita a decisão da justiça italiana em relação a Henrique Pizzolato, condenado pelo mensalão.
Sobre a crise da Europa, Lula disse que "no passado, o Ocidente sempre tinha sugestões de soluções aos países da América Latina que estavam em dificuldades. De repente, quando a crise atingiu a Europa, ninguém tinha mais soluções. Houve uma falta de liderança política."
Ele admite que algumas obras de infraestrutura da Copa não ficarão prontas a tempo, mas acredita que o único risco para o Brasil é de não vencer o torneio.