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Para FGV, confiança do comércio acende 'sinal amarelo'

O resultado é mais um balde de água fria nas já frustradas expectativas de retomada da economia brasileira no segundo trimestre de 2012

A avaliação é do economista Silvio Salles, da Fundação Getúlio Vargas (Alexandre Battibugli/Info EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 15h15.

Rio de Janeiro - A interrupção na retomada da confiança dos empresários do comércio em junho acende um sinal amarelo, uma vez que o setor vinha se mantendo acima da média da economia. O resultado é mais um balde de água fria nas já frustradas expectativas de retomada da economia no segundo trimestre. A avaliação é do economista Silvio Salles, da Fundação Getúlio Vargas .

O Índice de Confiança do Comércio (Icom), divulgado nesta terça-feira pela instituição, mostrou recuo de 3,7% no trimestre encerrado em junho, após três meses de melhora relativa. Segundo Salles, o movimento foi influenciado principalmente pela piora generalizada - em 12 de 17 segmentos - da percepção da demanda atual pelas empresas, medida pelo Índice da Situação Atual (ISA-COM). O indicador caiu 2,7% frente ao trimestre terminado em junho de 2011, após estabilidade em maio. Isoladamente em junho, o índice recuou 7,4%.

O menor otimismo dos comerciantes de móveis e eletrodomésticos, segmento sensível à oferta de crédito, foi o destaque negativo, recuando 2,7%, ante queda de 1,2% no trimestre findo em maio. A queda foi acentuada também no setor de equipamentos e material para informática, escritório e comunicação, que saiu de -6% em maio para -11% nos três meses terminados em junho.

Do lado positivo, os destaques foram alimentos e bebidas (2,6%), setor acompanhado por uma melhora relativa na confiança de empresários de hipermercados e supermercados (de -5% para -4,7%) entre maio e junho.

O setor de veículos, motos e peças - com peso de 11% na pesquisa - registrou uma melhora no período encerrado em junho. A confiança nesse caso cedeu 6,7%, após recuo de 7,4% de março a maio. O dado mensal mostra uma recuperação ainda mais expressiva, com retração de 2,2% no Icom ante queda de 8,4% em maio. Foi a revenda de veículos que puxou o movimento: se isolada, teve alta de 1,9% no Icom no período de abril a junho. De acordo com Salles, o dado reflete medidas de estímulo específicas para automóveis, como a redução do IPI.

Já no comércio de materiais de construção houve uma forte retração de confiança no trimestre, de 5,4% (ante 2,2% em maio). Novamente foi a avaliação da situação atual que influenciou para baixo o índice: o ISA no setor caiu 11,4%, enquanto o Índice de Expectativa (IE-COM) recuou 1,9%.

O economista destaca que o resultado menos favorável do Icom é mais um indicador que reforça que o segundo trimestre apresentou dados econômicos "muito aquém do esperado" em todas as pesquisas. "Sem dúvida acende a luz amarela", disse Salles.


Para o consultor da FGV, o consumidor hoje parece mais cauteloso por ter atingido maior nível de endividamento e por conta da escalada da inadimplência.

No entanto, os dados ainda positivos do mercado de trabalho, somados à redução da inflação e dos juros, estimulam a renovação da expectativa de uma volta do consumo no segundo semestre.

"A expectativa é de que o mercado de trabalho ativo e a inflação em queda possam gerar volta moderada ao consumo em algum momento, que se reflita de forma mais clara nos indicadores econômicos em geral."

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Rio de Janeiro - A interrupção na retomada da confiança dos empresários do comércio em junho acende um sinal amarelo, uma vez que o setor vinha se mantendo acima da média da economia. O resultado é mais um balde de água fria nas já frustradas expectativas de retomada da economia no segundo trimestre. A avaliação é do economista Silvio Salles, da Fundação Getúlio Vargas .

O Índice de Confiança do Comércio (Icom), divulgado nesta terça-feira pela instituição, mostrou recuo de 3,7% no trimestre encerrado em junho, após três meses de melhora relativa. Segundo Salles, o movimento foi influenciado principalmente pela piora generalizada - em 12 de 17 segmentos - da percepção da demanda atual pelas empresas, medida pelo Índice da Situação Atual (ISA-COM). O indicador caiu 2,7% frente ao trimestre terminado em junho de 2011, após estabilidade em maio. Isoladamente em junho, o índice recuou 7,4%.

O menor otimismo dos comerciantes de móveis e eletrodomésticos, segmento sensível à oferta de crédito, foi o destaque negativo, recuando 2,7%, ante queda de 1,2% no trimestre findo em maio. A queda foi acentuada também no setor de equipamentos e material para informática, escritório e comunicação, que saiu de -6% em maio para -11% nos três meses terminados em junho.

Do lado positivo, os destaques foram alimentos e bebidas (2,6%), setor acompanhado por uma melhora relativa na confiança de empresários de hipermercados e supermercados (de -5% para -4,7%) entre maio e junho.

O setor de veículos, motos e peças - com peso de 11% na pesquisa - registrou uma melhora no período encerrado em junho. A confiança nesse caso cedeu 6,7%, após recuo de 7,4% de março a maio. O dado mensal mostra uma recuperação ainda mais expressiva, com retração de 2,2% no Icom ante queda de 8,4% em maio. Foi a revenda de veículos que puxou o movimento: se isolada, teve alta de 1,9% no Icom no período de abril a junho. De acordo com Salles, o dado reflete medidas de estímulo específicas para automóveis, como a redução do IPI.

Já no comércio de materiais de construção houve uma forte retração de confiança no trimestre, de 5,4% (ante 2,2% em maio). Novamente foi a avaliação da situação atual que influenciou para baixo o índice: o ISA no setor caiu 11,4%, enquanto o Índice de Expectativa (IE-COM) recuou 1,9%.

O economista destaca que o resultado menos favorável do Icom é mais um indicador que reforça que o segundo trimestre apresentou dados econômicos "muito aquém do esperado" em todas as pesquisas. "Sem dúvida acende a luz amarela", disse Salles.


Para o consultor da FGV, o consumidor hoje parece mais cauteloso por ter atingido maior nível de endividamento e por conta da escalada da inadimplência.

No entanto, os dados ainda positivos do mercado de trabalho, somados à redução da inflação e dos juros, estimulam a renovação da expectativa de uma volta do consumo no segundo semestre.

"A expectativa é de que o mercado de trabalho ativo e a inflação em queda possam gerar volta moderada ao consumo em algum momento, que se reflita de forma mais clara nos indicadores econômicos em geral."

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