Para a Austin, o Copom também identifica condição debilitada e exercendo pressões desinflacionarias no exterior (Divulgação/Banco Central)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2012 às 20h39.
São Paulo – Para a agência de classificação de risco Austin Rating, a nota divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) após a reunião de hoje indica uma provável continuidade do atual ciclo de afrouxamento, entretanto, com redução menor dos juros: 0,25 p.p.
No entanto, a expectativa da agência está condicionada ao resultado do PIB referente ao 2º trimestre, que será divulgado na sexta-feira e a leitura da ata do Copom na próxima quinta-feira. “Caso a leitura seja branda quanto ao desempenho da economia, com alguns indicadores revelando início de recuperação, com destaque ao PIB, é possível que o colegiado interrompa o ciclo com este corte atual”, informa a Austin em relatório.
Para a Austin, o Copom também identifica condição debilitada e exercendo pressões desinflacionarias no exterior, em decorrência da custosa solução dos problemas da Zona do Euro e da atividade econômica mais fraca tanto da China como nos Estados Unidos.
A nota, divulgada pelo Comitê ao término da reunião, afirma que “O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 7,50% a.a., sem viés. Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia”.
Sobre a redução da Selic em 0,5 ponto percentual anunciada hoje, a Austing afirmou que nem mesmo a recente deterioração das expectativas de inflação, como aponta o relatório Focus, e a recente elevação dos preços das commodities agrícolas foram suficientes para inibir a ação expansionista do Copom.
Para a agência “o peso da decisão do Copom recaiu sobre o nível de atividade ainda debilitado, com destaque para o setor industrial que pouco reage mesmo sob uma taxa de câmbio menos valorizada e recentes medidas de estímulo fiscal. Tal condição é reforçada pela divulgação de novas medidas de estímulo, como, por exemplo, prorrogação do IPI para veículos, bens de capital e materiais de construção”.