Economia

Os cinco assuntos mais quentes para o Brasil na próxima semana

Ata do Copom sai após o feriado de terça-feira e pode despertar atenção maior que o usual, após o comunicado sucinto da decisão

Leilão de 5G, balanços de bancos e ameaça de greve dos caminhoneiros também estão no radar. (Cesar Okada/Getty Images)

Leilão de 5G, balanços de bancos e ameaça de greve dos caminhoneiros também estão no radar. (Cesar Okada/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 30 de outubro de 2021 às 08h30.

Por Josue Leonel, da Bloomberg

Ata do Copom sai após o feriado de terça-feira e pode despertar atenção maior que o usual, após o comunicado sucinto da decisão, visto como dovish, gerar reação negativa no mercado, agravada por receios fiscais e por incertezas sobre os preços da Petrobras. Na tarde do mesmo dia, decisão do Fomc e fala de Jerome Powell movem mercados globais. Investidor ainda monitora no Brasil tentativa de aprovação da PEC dos precatórios ou outras soluções para programa social do governo. Agenda ainda traz payroll nos EUA, decisão do BOE, PMIs na China e produção industrial aqui. Leilão de 5G, balanços de bancos e ameaça de greve dos caminhoneiros estão também no radar. Veja os principais temas:

Ata do Copom

Mercado buscará na ata mais detalhes sobre os pontos do comunicado do Copom visto como dovish, entre eles a divisão do foco da política monetária entre 2022 e 2033. Alguns analistas também consideraram menos enfático do que o previsto o tom do BC sobre os riscos inflacionários e fiscais. Excepcionalmente, a ata será divulgada às 7:00, antes de participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento da COP-26. Focus na segunda-feira pode trazer projeções maiores para a Selic e a inflação, também refletindo o IPCA-15, que superou as estimativas. Próxima semana ainda reserva a produção industrial de setembro e os números de outubro da balança, Fenabrave, PMI manufaturas, IPC-Fipe e IPC-S.

Fomc, BOE, payroll

Enquanto a ata do Copom pode mover o mercado local na quarta de manhã, à tarde todos os olhos se voltam para a decisão do Fomc, seguida por fala de Powell. Fed deve anunciar que começará a encerrar o programa de compra de títulos implementado desde o ano passado. No dia seguinte, será a vez de o BC britânico fazer a sua reunião. Possíveis sinalizações sobre apertos monetários ainda poderão ser checadas em falas de dirigentes do BCE ao longo da semana. EUA também divulgarão dados importantes, como o payroll de outubro, que sai na sexta e tem estimativa de +400.000 vagas. China divulgará PMIs da indústria e serviços, com potencial de afetar mercados na segunda-feira.

PEC e programa social

Por falta de quórum seguro para a base governista, a votação da PEC dos precatórios na Câmara foi adiada desta semana para o dia 3 de novembro. A dificuldade do governo em aprovar a emenda, que viabilizaria o novo programa social Auxílio Brasil, gerou no mercado o receio de abandono da PEC e adoção de medidas potencialmente ainda mais negativas para as contas públicas. Entre as opções estaria a extensão do auxílio emergencial, por meio de crédito extraordinário, ou mesmo a decretação do estado de calamidade, segundo os jornais. Caminhoneiros mantiveram a chamada de greve para segunda-feira, mas sem fechar estradas, diz o Uol.

Petrobras

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que se reunirá com a presidência da Petrobras e com governadores na próxima semana para discutir preços de combustíveis. Fundo equalizador e política de preços atrelada ao câmbio estarão na discussão, afirmou. Presidente Jair Bolsonaro disse que governo está tentando buscar uma maneira de mudar a legislação sobre reajustes do preço da estatal. Ele criticou o fato de o preço do combustível ser atrelado ao dólar e disse que a “Petrobras tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto como tem dado”. Presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse que discussão sobre a privatização da Petrobras é “muito produtiva” e “saudável”, mas, por enquanto, nada mais do que isso. O banco, que coordenou vários processos de privatização durante a presidência de Jair Bolsonaro, não foi oficialmente notificado pelo governo para iniciar qualquer ação a respeito, segundo ele.

Leia mais: Brasília em Off: O discurso por trás da venda da Petrobras

5G e bancos

A Agência Nacional de Telecomunicações promove em 4 de novembro a maior oferta de espectro da história ao licitar as radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz de acesso móvel. Leilão vai movimentar cerca de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões irão para os cofres do Tesouro, caso todos os lotes sejam arrematados, segundo a agência. Quinze proponentes entregaram documentação para participar do leilão. Itaú, dia 3, e Bradesco, dia 4, estão na safra de balanços, que ainda inclui na semana CSN, GPA, Rede D’Or e Embraer, entre outros.

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