Economia

ONU: emergentes evitaram o 'pior da crise' com proteção social

Michelle Bachelet destacou a luta do Brasil contra a miséria e a importância da demanda interna para a economia

Michelle Bachelet (D) entrega a Dilma Rousseff cópia do relatório anual da ONU sobre as mulheres, no Palácio do Planalto, em Brasília (Evaristo Sa/AFP)

Michelle Bachelet (D) entrega a Dilma Rousseff cópia do relatório anual da ONU sobre as mulheres, no Palácio do Planalto, em Brasília (Evaristo Sa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 17h13.

Braília - Os países emergentes "evitaram os piores efeitos da crise econômica" graças a seus programas de segurança social, cuja execução exige menos dinheiro do que o previsto, disse esta quinta-feira a chefe da agência da ONU para as mulheres, Michelle Bachelet, em visita ao Brasil.

A ex-chefe de Estado chilena (2006-2010) reuniu-se com a presidente brasileira, Dilma Rousseff, a quem entregou um relatório da ONU sobre o chamado "piso de proteção social", um conjunto de iniciativas para garantir o acesso à renda e serviços mínimos.

"As políticas de proteção social evitaram os piores efeitos da crise econômica, principalmente entre os mais vulneráveis, e sustentaram a demanda, impulsionando a recuperação econômica no Brasil e em outros países emergentes", afirmou Bachelet.

A diretora da ONU Mulher destacou a experiência do Brasil na luta contra a miséria, através dos seus programas de transferência condicionada de recursos, que tiraram mais de 30 milhões de pessoas da pobreza nos últimos nove anos.

Rousseff descreveu como "muito dramática" a situação das economias desenvolvidas e expressou sua preocupação diante do risco de que os "processos de ajuste econômico" levem a uma redução de "direitos e perdas de garantias" sociais.

"Os governos precisam escutar a voz dos mercados, mas também a voz das ruas, e ao mesmo tempo em que solucionam a crise, garantir que as pessoas não sofram todo o seu impacto", acrescentou.

Durante o ato com a presidente Dilma, Bachelet afirmou que o chamado "piso de proteção social" implica a combinação de programas como "a transferência de renda, o fornecimento de serviços esseciais e políticas de emprego".

"É possível desenvolver grandes bases de proteção social que custariam entre 1% e 2% do PIB", afirmou a representante da ONU, citando outros casos bem-sucedidos como o de El Salvador e do Vietnã.

"Estamos dando exemplos claros de como países que não são ricos podem implementá-lo", afirmou Bachelet, enfatizando que estes programas de segurança social também têm um efeito econômico que permite ativar a demanda em tempos de crise.

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