Economia

ONS vê alta de 4% da carga de energia elétrica este ano

Indicações meteorológicas sugerem que período úmido 2013/2014 será mais favorável do que o registrado entre fim de 2012 e início de 2013, disse diretor da ONS


	Termelétrica: confirmação do cenário de tempo úmida poderá significar redução do despacho das termelétricas
 (Getty Images)

Termelétrica: confirmação do cenário de tempo úmida poderá significar redução do despacho das termelétricas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 18h50.

Rio - O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou que a carga de energia elétrica deverá crescer em torno de 4% neste ano na comparação com 2012. "No acumulado dos últimos dados encerrados em setembro e na projeção para outubro, a carga já tem crescido em torno de 3,9%", afirmou Chipp, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 16.

De acordo com Chipp, a expectativa é de que a carga tenha um crescimento um pouco mais forte até o fim de ano pela expansão da atividade industrial visando ao Natal, desacelerando na última quinzena do ano. "Se não ficar em 4%, com certeza vai ficar em 3,9%."

Indicações meteorológicas sugerem que o período úmido (de chuvas) 2013/2014 será mais favorável do que o registrado entre o fim de 2012 e o início de 2013, informou o diretor-geral. "Em meados de setembro, os sinais já começaram a ser positivos. As frentes estão passando aonde interessa, que são as principais bacias do sistema."

Hoje, as zonas de chuva estão se concentrando no norte da Região Sul, indo em direção ao Sudeste e ao Nordeste. "As frentes alcançaram a cabeceira do Rio São Francisco, mas isso ainda não se converteu em afluências", disse Chipp.

O movimento é explicado por um aumento das temperaturas no Atlântico Sul, o que impede que as frentes fiquem estacionadas no Sul. "Nos próximos dez dias, as chuvas continuarão mais no centro do país", acrescentou.

Atualmente, o país passa por uma transição entre o período seco e o período úmido. Chipp explicou que, toda vez que a transição é favorável, o período úmido é positivo em termos de chuva.

"De acordo com os meteorologistas, esse cenário atual não se reverte. É muito bom quando você olha os modelos americanos de previsão trimestral e nota que essas chuvas continuam em novembro e dezembro", afirmou. O período úmido no Brasil se estende de novembro a abril de cada ano.

A confirmação do cenário poderá significar redução do despacho das termelétricas. Com base nos cálculos do novo modelo de formação de preço no curto prazo, o atual despacho térmico tem sido da ordem de 10,5 mil MW médios. Isso leva em conta um custo marginal de operação do sistema de R$ 260/MWh. Caso as chuvas se confirmem, Chipp comentou que esse custo de operação também cairia, o que levaria ao desligamento de algumas termelétricas.

Chipp também comentou que a preocupação do ONS é com o nível dos reservatórios no Nordeste, que estão abaixo de 30% da capacidade total. O diretor-geral esclareceu que o operador tem atuado no sentido de maximizar o envio de energia das outras regiões para o Nordeste. Atualmente, as regiões Sul e Sudeste estão enviando, juntas, em torno de 3 mil MW médios ao Nordeste por razões de segurança energética.

No passado recente, essa transferência já foi de 3,8 mil MW médios, mas foi reduzida para 3 mil MW médios após a queimada que provocou o desligamento de uma linha de transmissão no Piauí, em agosto. Como o ONS passou a operar o sistema de transmissão no Nordeste com base no critério de segurança N-2 (o dobro de redundância), foi necessário reduzir o envio de energia de 3,8 mil MW médios para 2,7 mil MW médios, que depois subiu para 3 mil MW médios.

Para compensar a energia não enviada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou o despacho de térmicas. Hoje, a geração térmica para atender o Nordeste totaliza 800 MW médios. Contudo, Chipp disse que existe a possibilidade de que essas termelétricas sejam desligadas a partir da próxima reunião do CMSE, no início de novembro, caso seja confirmado que não há mais risco de queimadas que possam afetar a transmissão. Com isso, o envio de energia ao Nordeste voltaria aos 3,8 mil MW médios anteriores.

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