Com estes dados em conta, a taxa mais realista de desemprego entre os jovens teria ficado em 13,6% em 2011 (Mario Tama/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2012 às 21h41.
Londres - Mais de 75 milhões de jovens de 15 a 24 anos ficarão desempregados este ano, 4 milhões a mais que em 2007, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevê que ao menos até 2016 o desemprego juvenil não se reduzirá.
As previsões contidas no relatório "Tendências Mundiais do Emprego dos Jovens" mostram que 12,7% da mão de obra juvenil no mundo estará desempregada este ano, uma taxa idêntica ao pior momento da crise em 2009 e levemente superior ao ano passado, quando o desemprego afetava 12,6% dos jovens.
Esta taxa seria inclusive mais alta, segundo os especialistas da OIT, se fossem levados em conta "os desanimados pela falta de perspectivas", que abandonam ou adiam a busca por um emprego.
Com estes dados em conta, a taxa mais realista de desemprego entre os jovens teria ficado em 13,6% em 2011.
"A crise do desemprego entre os jovens pode ser superada, com a condição de que a criação de emprego se torne prioridade no processo político e que os investimentos no setor privado sejam radicalmente acelerados", declarou o diretor-executivo da OIT para o emprego, José Manuel Salazar-Xirinachs.
"Isso inclui medidas como isenções fiscais e outros incentivos para as empresas que contratarem jovens, esforços para melhorar as competências entre os jovens, incentivar os empreendedores com formação profissional, tutorias e acesso ao capital, assim como a melhora da proteção social para os jovens", completou.
No médio prazo, a taxa de desemprego dos jovens voltará a subir quando os que continuarem estudando por causa da falta de oportunidades profissionais se incorporarem ao mercado de trabalho.
É o caso sobretudo das economias desenvolvidas, explica o relatório, onde a situação é pior, com uma taxa de desemprego superior a 18% este ano.
Inclusive se estas regiões se recuperarem depois da crise econômica ou atenuarem seu impacto, todas enfrentarão o desafio da falta de emprego para os jovens.
Na América Latina e no Caribe, o desemprego dos jovens caiu para 14,3% em 2011, mas não se espera nenhum avanço no médio prazo.
Na África do Norte, o desemprego dos jovens aumentou cinco pontos percentuais após a Primavera Árabe, com 7,9% dos jovens sem emprego em 2011. No Oriente Médio, a taxa se elevava para 26,5%.
Na África Subsariana, a taxa, de 11,5% em 2011, é relativamente estável desde 2005. No sudeste asiático e no Pacífico, era de 13,5% em 2011, levemente inferior à de 2008, enquanto na região da Comunidade de Estados Independentes, da Europa Central e do Sudeste, a taxa de desemprego de jovens caiu levemente para 17,6% em 2011.
"Mesmo na Ásia do leste, talvez a região mais dinâmica do ponto de vista econômico, a taxa de desemprego era 2,8 vezes mais alta no caso dos jovens que no dos adultos", dizem os economistas.