Economia

OIT estima aumento do desemprego entre jovens em cinco anos

Para enfrentar a situação, a OIT enfatizou a necessidade da atuação dos governos com políticas de incentivo e apoio


	Americana observa panfletos na fila de uma feira de empregos em São Francisco: para a OIT, é importante o apoio do governo aos jovens por meio da criação de empregos
 (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Americana observa panfletos na fila de uma feira de empregos em São Francisco: para a OIT, é importante o apoio do governo aos jovens por meio da criação de empregos (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 14h13.

Brasília – O aumento do desemprego entre jovens no mundo preocupa a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A organização estima aumento da taxa global de desemprego juvenil de 12,7%, este ano, para 12,9%, em 2017.

De acordo com o documento Panorama Mundial do Emprego: Perspectivas Pouco Animadoras para os Jovens no Mercado Laboral, divulgado hoje (4), a crise na zona do euro contribuiu para o crescimento das taxas de desemprego na faixa etária entre 15 e 24 anos, inclusive em países emergentes, como o Brasil. Para enfrentar a situação, a OIT enfatizou a necessidade da atuação dos governos com políticas de incentivo e apoio.

Segundo a organização, a propagação do desemprego juvenil terá reflexo nas economias da América Latina e do Sudeste Asiático com a diminuição das exportações. A perspectiva é que a taxa fique estável no médio prazo, por volta dos 14,6%, nas regiões. No Norte da África e no Oriente Médio, o desemprego deve ficar acima dos 26% nos próximos anos – bem acima da média mundial.

De acordo com o relatório, o desemprego juvenil tende a diminuir nas economias desenvolvidas nos próximos cinco anos, de 17,5%, em 2012, para 15,6%, em 2017. Antes do início da crise econômica mundial, em 2009, a taxa era 12,5%.

A queda nesses países, no entanto, não significa a criação de empregos, mas a desistência de grande parte dos jovens, economicamente ativos, em procurar trabalho. Por não estarem buscando emprego, deixam de ser contabilizados como desempregados.

Para a OIT, é importante o apoio do governo aos jovens por meio da criação de empregos com políticas macroeconômicas, políticas no mercado laboral, capacitação, incentivos fiscais e adoção de políticas anticíclicas.

“[Os governos] poderiam ajudar a tirar da rua os que buscam trabalho e integrá-los em atividades úteis, proporcionando-lhes assim proteção contra futuras crises econômicas", disse, em nota, o principal autor do estudo e responsável pela Unidade Tendências de Emprego da OIT, Ekkehard Ernst.

Previsões da taxa de desemprego juvenil:

Região Desemprego juvenil em 2012 Desemprego juvenil em 2017
Mundo 12,70% 12,90%
Europa Central e Leste Europeu 16,90% 17%
Economias desenvolvidas 17,50% 15,60%
Ásia Oriental: 9,50% 10,40%
América Latina e Caribe 14,60% 14,70%
Oriente Médio 26,40% 28,40%
Norte da África 27,50% 26,70%
Sul da Ásia 9,60% 9,80%
Sudeste Asiático e Pacífico 13,10% 14,20%
África Subsaariana 12% 11,80%
Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaDesempregoOIT

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês