Genebra - Em todo o mundo, 168 milhões de crianças são obrigadas a trabalhar, um número que caiu nos últimos anos, mas que deve ser reduzido a zero, lembrou hoje a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que elogiou ainda a iniciativa do Bolsa Família, por ocasião do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil.
Segundo as últimas estimativas mundiais da OIT, em um relatório publicado em 2013, o número de crianças trabalhadoras caiu de 215 milhões para 168 milhões entre 2008 e 2012.
E dos 168 milhões, cerca de 85 milhões realizam trabalhos perigosos.
Na região da Ásia e o Pacífico é registrado o número mais alto de crianças (quase 78 milhões ou 9,3% da população infantil) e África Subsaariana continua sendo a região com a mais alta incidência de trabalho infantil (59 milhões, mais de 21%).
Na América Latina e no Caribe, existem 13 milhões de menores que se veem obrigados a trabalhar (8,8%), enquanto na região do Oriente Médio e África do Norte há 9,2 milhões (8,4%).
A agricultura continua sendo o setor que emprega o maior número de crianças (98 milhões, ou 59%), enquanto o número de crianças nos serviços (54 milhões) e na indústria (12 milhões) não é insignificante, dado que a maioria se encontra principalmente na economia informal, diz o relatório.
Desde 2000, foi registrada uma diminuição de 40% do trabalho infantil nas meninas, enquanto nas crianças a diminuição foi de 25%.
A OIT considera que para acelerar a diminuição do trabalho infantil é preciso investir em proteção social.
"Não há segredo algum sobre o que é necessário fazer", declarou, citado em comunicado, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
"A proteção social, junto à educação formal de qualidade, universal e obrigatória pelo menos até a idade mínima de admissão ao trabalho, o trabalho decente para os adultos e os jovens em idade de trabalhar, uma legislação eficaz e um diálogo social consolidado, fazem parte de uma resposta adequada ao trabalho infantil".
Segundo o organismo, as políticas de proteção social bem concebidas que respondam às necessidades das crianças, podem ter um impacto real na luta para erradicar o trabalho infantil
Os governos destinam na média 0,4% do PIB em prestações familiares e para os filhos, o número varia entre 2,2% nos países da Europa Ocidental e 0,2% na África e na região da Ásia e do Pacífico.
A organização destaca algumas "boas práticas" como os programas de transferência de dinheiro para as famílias que levam seus filhos à escola.
Um dos exemplos é o programa Bolsa Família, do Brasil, além do programa de prestações familiares da Mongólia e o subsídio de apoio à infância da África do Sul.
Para comemorar o dia, a OIT lançará amanhã a campanha "Cartão vermelho para o trabalho infantil", com uma canção inédita, "Till Everyone Can See", interpretada pelo guitarrista Mike Einziger do grupo Incubus e pela violinista Ann Marie Simpson, acompanhados por artistas como Pharrell Williams, Hans Zimmer, Dominic Lewis, Travis Barker, Minh Dang e LIZ.
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1. Poucos beneficiados
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1/24 (Ana Nascimento/Ministério do Desenvolvimento Social)
São Paulo – As pequenas
cidades de Westfalia (RS) e Sebastião Barros (PI) têm mais ou menos o mesmo número de habitantes - algo em torno de três mil. Mas há uma diferença brutal entre elas: na primeira, cinco famílias recebem o
Bolsa Família; na segunda, 876. Isso significa dizer que um benefício é repassado à cidade gaúcha a cada 561 habitantes. Já na piauiense, um chefe de família recebe o dinheiro a cada 4 pessoas do município. A média do Brasil é de um benefício a cada 14 habitantes. Em 2013, o Bolsa Família completa 10 anos de existência. Segundo o
Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), ele beneficia hoje cerca de 13,7 milhões de famílias, que somam mais de 50 milhões de pessoas. O dinheiro é pago diretamente a um membro do núcleo familiar. Preferencialmente, a
mulher. O número de beneficiários do programa federal funciona hoje quase como um termômetro social de uma localidade, já que são atendidas famílias com
renda per capita mensal inferior a 70 reais. Clique nas fotos para conferir as cidades em que o número de benefícios é pequeno diante do tamanho da
população. É preciso lembrar, claro, que os dados estão sujeitos a distorções. Em todo o Brasil, pipocam denúncias de pessoas que recebem os repasses sem preencher as regras do programa. Ainda mais relevante, há o efeito contrário: nem todas as famílias que poderiam estar recebendo foram cadastradas. A cobertura fica a cargos dos governos municipais e
não é uniforme em todo o país. Problemas a parte, as 30 cidades que menos dependem dos repasses se concentram no Sul e têm em comum uma população pequena (apenas uma ultrapassa 30 mil habitantes). Confira quais são, junto com o valor dos repasses do governo em julho e o
IDHM - índice de desenvolvimento medido pela ONU - de cada uma delas.
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2. 1º Westfalia (RS) – um benefício a cada 561 habitantes
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2/24 (Divulgação/Prefeitura)
População: 2.807
Chefes de família beneficiados: 5
Dinheiro enviado (julho): R$ 728
IDH municipal: 0,752 Resultado: um chefe de família para cada 561 habitantes recebe o Bolsa Família em Westfalia
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3. 2º Fernando de Noronha (PE) – um benefício a cada 445 habitantes
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3/24 (Divulgação)
População: 2.675
Chefes de família beneficiados: 6
Dinheiro enviado (julho): R$ 824
IDH municipal: 0,788
Resultado: um chefe de família para cada 445 habitantes recebe o Bolsa Família em Fernando de Noronha
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4. 4º Alto Feliz (RS) – um benefício a cada 365 habitantes
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4/24 (Domínio Público/Wikimedia)
População: 2.924
Chefes de família beneficiados: 8
Dinheiro enviado (julho): R$ 990
IDH municipal: 0,734
Resultado: um chefe de família para cada 365 habitantes recebe o Bolsa Família em Alto Feliz
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5. 6º Monte Belo do Sul (RS) – um benefício a cada 331 habitantes
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5/24 (Reprodução/Prefeitura)
População: 2.653
Chefes de família beneficiados: 8
Dinheiro enviado (julho): R$ 1.364
IDH municipal: 0,752
Resultado: um chefe de família para cada 331 habitantes recebe o Bolsa Família em Monte Belo do Sul
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6. 8º Benedito Novo (SC) – um benefício a cada 298 habitantes
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6/24 (Divulgação/Prefeitura de Benedito Novo)
População: 10.434
Chefes de família beneficiados: 35
Dinheiro enviado (julho): R$ 3.630
IDH municipal: 0,740 Resultado: um chefe de família para cada 298 habitantes recebe o Bolsa Família em Benedito Novo
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7. 9º São Pedro da Serra (RS) – um benefício a cada 257 habitantes
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7/24 (Divulgação/Prefeitura de São Pedro da Serra)
População: 3.352
Chefes de família beneficiados: 13
Dinheiro enviado (julho): R$ 1.572
IDH municipal: 0,739 Resultado: um chefe de família para cada 257 habitantes recebe o Bolsa Família em São Pedro da Serra
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8. 10º Boa Vista do Sul (RS) – um benefício a cada 252 habitantes
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8/24 (Divulgação/ Prefeitura de Boa Vista do Sul)
População: 2.772
Chefes de família beneficiados: 11
Dinheiro enviado (julho): R$ 1.080
IDH municipal: 0,728 Resultado: um chefe de família para cada 252 habitantes recebe o Bolsa Família em Boa Vista do Sul
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9. 12º Pomerode (SC) – um benefício a cada 231 habitantes
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9/24 (Reprodução/Prefeitura)
População: 28.192
Chefes de família beneficiados: 122
Dinheiro enviado (julho): R$ 15.770
IDH municipal: 0,780 Resultado: um chefe de família para cada 231 habitantes recebe o Bolsa Família em Pomerode
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10. 13º Rodeio (SC) – um benefício a cada 219 habitantes
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10/24 (Reprodução/Prefeitura)
População: 10.964
Chefes de família beneficiados: 50
Dinheiro enviado (julho): R$ 7.730
IDH municipal: 0,754 Resultado: um chefe de família para cada 219 habitantes recebe o Bolsa Família em Rodeio
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11. 15º Carlos Barbosa (RS) – um benefício a cada 206 habitantes
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11/24 (Reprodução/Prefeitura)
População: 25.551
Chefes de família beneficiados: 124
Dinheiro enviado (julho): R$ 16.834
IDH municipal: 0,796
Resultado: um chefe de família para cada 206 habitantes recebe o Bolsa Família em Carlos Barbosa
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12. 17º Harmonia (RS) – um benefício a cada 204 habitantes
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12/24 (Prefeitura)
População: 4.300
Chefes de família beneficiados: 21
Dinheiro enviado (julho): R$ 2.688
IDH municipal: 0,749
Resultado: um chefe de família para cada 204 habitantes recebe o Bolsa Família em Harmonia
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13. 19º Santa Maria do Herval (RS) – um benefício a cada 202 habitantes
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13/24 (Divulgação/ Prefeitura de Santa Maria do Herval)
População: 6.066
Chefes de família beneficiados: 30
Dinheiro enviado (julho): R$ 3.522
IDH municipal: 0,676
Resultado: um chefe de família para cada 202 habitantes recebe o Bolsa Família em Santa Maria do Herval
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14. 21º Teutônia (RS) – um benefício a cada 187 habitantes
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14/24 (Prefeitura de Teutônia)
População: 27.743
Chefes de família beneficiados: 148
Dinheiro enviado (julho): R$ 18.274
IDH municipal: 0,747 Resultado: um chefe de família para cada 187 habitantes recebe o Bolsa Família em Teutônia
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15. 22º Ivoti (RS) - um benefício a cada 183 habitantes
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15/24 (Prefeitura de Ivoti)
População: 20.224
Chefes de família beneficiados: 110
Dinheiro enviado (julho): R$ 15.168
IDH municipal: 0,784 Resultado: um chefe de família para cada 183 habitantes recebe o Bolsa Família em Ivoti
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16. 23º Doutor Pedrinho (SC) – um benefício a cada 182 habitantes
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16/24 (Prefeitura de Doutor Pedrinho)
População: 3645
Chefes de família beneficiados: 20
Dinheiro enviado (julho): R$ 2.964
IDH municipal: 0,716 Resultado: um chefe de família para cada 182 habitantes recebe o Bolsa Família em Doutor Pedrinho
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17. 24º Picada Café (RS) – um benefício a cada 180 habitantes
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17/24 (Prefeitura de Picada Café)
População: 5.222
Chefes de família beneficiados: 29
Dinheiro enviado (julho): R$ 3.256
IDH municipal: 0,758 Resultado: um chefe de família para cada 180 habitantes recebe o Bolsa Família em Picada Café
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18. 25º Auriflama (SP) – um benefício a cada 175 habitantes
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18/24 (Ruy Gatto/Flickr)
População: 14.255
Chefes de família beneficiados: 81
Dinheiro enviado (julho): R$ 8.982
IDH municipal: 0,773 Resultado: um chefe de família para cada 175 habitantes recebe o Bolsa Família em Auriflama
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19. 26º Santa Tereza (RS) – um benefício a cada 172 habitantes
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19/24 (Prefeitura de Santa Tereza)
População: 1.729
Chefes de família beneficiados: 10
Dinheiro enviado (julho): R$ 976
IDH municipal: 0,746 Resultado: um chefe de família para cada 172 habitantes recebe o Bolsa Família em Santa Tereza
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20. 27º Nova Roma do Sul (RS) – um benefício a cada 168 habitantes
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20/24 (Prefeitura de Nova Roma do Sul)
População: 3.367
Chefes de família beneficiados: 20
Dinheiro enviado (julho): R$ 2.532
IDH municipal: 0,741 Resultado: um chefe de família para cada 168 habitantes recebe o Bolsa Família em Nova Roma do Sul
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21. 28º Ascurra (SC) – um benefício a cada 165 habitantes
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21/24 (Prefeitura de Ascurra)
População: 7.449
Chefes de família beneficiados: 45
Dinheiro enviado (julho): R$ 5.222
IDH municipal: 0,742 Resultado: um chefe de família para cada 165 habitantes recebe o Bolsa Família em Ascurra
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22. 29º Capitão (RS) – um benefício a cada 165 habitantes
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22/24 (Prefeitura de Capitão)
População: 2.642
Chefes de família beneficiados: 16
Dinheiro enviado (julho): R$ 2.416,00
IDH municipal: 0,746 Resultado: um chefe de família para cada 165 habitantes recebe o Bolsa Família em Capitão
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23. 30º Paraí (RS) – um benefício a cada 159 habitantes
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23/24 (Divulgação/Prefeitura de Paraí)
População: 6.873
Chefes de família beneficiados: 43
Dinheiro enviado (julho): R$ 4.994
IDH municipal: 0,773 Resultado: um chefe de família para cada 159 habitantes recebe o Bolsa Família em Paraí
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24. Agora, conheça as cidades que, embora pequenas, têm renda alta
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24/24 (Divulgação/Prefeitura)