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Oferta de emprego no 1º semestre cai 26%

Em junho, foram criados 120.444 postos de trabalho --o pior resultado para o mês desde 2009

Embora níveis de emprego sejam elevados, ineficiência da mão-de-obra brasileira preocupa, de acordo com Gilberto Guimarães (Jorge Rosenberg/VEJA)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2012 às 16h33.

Brasília - A criação de postos de trabalho com carteira assinada no Brasil recuou pelo segundo mês consecutivo em junho e fechou o primeiro semestre do ano com o pior desempenho desde 2009, em um sinal de que o forte mercado de trabalho brasileiro está começando a sentir os efeitos da desaceleração da economia local e global.

Em junho, foram criados 120.444 postos de trabalho --o pior resultado para o mês desde 2009--, segundo dados divulgados nesta segunda-feira do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O dado ficou abaixou da estimativa do mercado, que esperava a criação de 151.000 postos em junho, de acordo com pesquisa Reuters. Em maio foram criados 139.679 postos de trabalho formal no país.

No primeiro semestre, o número de vagas abertas recuou 25,9 por cento em relação ao mesmo período de 2011, totalizando 1.047.914 vagas, no dado com ajuste das admissões informadas pelas empresas após o prazo obrigatório.

"A desaceleração na oferta de vagas tem ocorrido em todos os setores, mas no setor industrial a freada tem sido maior", disse à Reuters o economista André Gamerman da Opus Gestão de Recursos.


O setor industrial, que vem sofrendo com a concorrência externa e a desaceleração econômica, criou 112.608 postos de trabalho no primeiro semestre, 53,8 por cento a menos que os postos criados nos seis primeiros meses de 2011. Esses são dados sem ajustes e não consideram contratações informadas após o prazo obrigatório.

Renda - Apesar da desaceleração na oferta de novos vagas, os dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram elevação dos salários de contratação.

Entre janeiro e junho deste ano, o salário médio de admissão de empregados ficou em 1.002,64 reais, com alta real de 5,90 por cento na comparação com a remuneração oferecida em igual período do ano anterior. De acordo com o ministério, o aumento no salário de contratação foi generalizado no país.

Desemprego - Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central avaliou que a atividade econômica continuará a se beneficiar do vigor do mercado de trabalho, com taxas de desemprego em baixa e aumento dos salários, apesar de prever uma acomodação.

Na avaliação do estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, o setor empresarial continuará pessimista com o cenário externo muito ruim. "A crise externa não dá sinais de se esvair até o final do ano, trazendo volatilidade aos mercados, e o ritmo no mercado de trabalho deve continuar mais moderado no país", disse.

Apesar de classificar a queda na criação de emprego em junho como "bastante forte", Rostagno disse que a taxa de desemprego deve continuar estabilizada próxima das mínimas históricas.

"Está havendo desaquecimento mas não num ritmo que leve as empresas a demitir (...) O custo para demitir é bastante alto e os empresários postergam qualquer demissão com a expectativa de que a economia vai ganhar força", disse.

A taxa de desemprego está em 5,8 por cento e a expectativa do mercado, de acordo com pesquisa Reuters, é que recue para 5,7 por cento em junho.

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Brasília - A criação de postos de trabalho com carteira assinada no Brasil recuou pelo segundo mês consecutivo em junho e fechou o primeiro semestre do ano com o pior desempenho desde 2009, em um sinal de que o forte mercado de trabalho brasileiro está começando a sentir os efeitos da desaceleração da economia local e global.

Em junho, foram criados 120.444 postos de trabalho --o pior resultado para o mês desde 2009--, segundo dados divulgados nesta segunda-feira do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O dado ficou abaixou da estimativa do mercado, que esperava a criação de 151.000 postos em junho, de acordo com pesquisa Reuters. Em maio foram criados 139.679 postos de trabalho formal no país.

No primeiro semestre, o número de vagas abertas recuou 25,9 por cento em relação ao mesmo período de 2011, totalizando 1.047.914 vagas, no dado com ajuste das admissões informadas pelas empresas após o prazo obrigatório.

"A desaceleração na oferta de vagas tem ocorrido em todos os setores, mas no setor industrial a freada tem sido maior", disse à Reuters o economista André Gamerman da Opus Gestão de Recursos.


O setor industrial, que vem sofrendo com a concorrência externa e a desaceleração econômica, criou 112.608 postos de trabalho no primeiro semestre, 53,8 por cento a menos que os postos criados nos seis primeiros meses de 2011. Esses são dados sem ajustes e não consideram contratações informadas após o prazo obrigatório.

Renda - Apesar da desaceleração na oferta de novos vagas, os dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram elevação dos salários de contratação.

Entre janeiro e junho deste ano, o salário médio de admissão de empregados ficou em 1.002,64 reais, com alta real de 5,90 por cento na comparação com a remuneração oferecida em igual período do ano anterior. De acordo com o ministério, o aumento no salário de contratação foi generalizado no país.

Desemprego - Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central avaliou que a atividade econômica continuará a se beneficiar do vigor do mercado de trabalho, com taxas de desemprego em baixa e aumento dos salários, apesar de prever uma acomodação.

Na avaliação do estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, o setor empresarial continuará pessimista com o cenário externo muito ruim. "A crise externa não dá sinais de se esvair até o final do ano, trazendo volatilidade aos mercados, e o ritmo no mercado de trabalho deve continuar mais moderado no país", disse.

Apesar de classificar a queda na criação de emprego em junho como "bastante forte", Rostagno disse que a taxa de desemprego deve continuar estabilizada próxima das mínimas históricas.

"Está havendo desaquecimento mas não num ritmo que leve as empresas a demitir (...) O custo para demitir é bastante alto e os empresários postergam qualquer demissão com a expectativa de que a economia vai ganhar força", disse.

A taxa de desemprego está em 5,8 por cento e a expectativa do mercado, de acordo com pesquisa Reuters, é que recue para 5,7 por cento em junho.

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