Economia

Obama e Erdogan querem cooperar com transição na Síria

A transição passa pela saída do poder do presidente sírio, Bashar al Assad, como resposta ''às reivindicações legítimas do povo sírio''

Obama reconheceu a ''generosidade do povo turco por ter amparado tantos sírios que fugiram de seus lares na busca por segurança'' (Saul Loeb/AFP)

Obama reconheceu a ''generosidade do povo turco por ter amparado tantos sírios que fugiram de seus lares na busca por segurança'' (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 21h49.

Washington - O presidente de EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, concordaram nesta segunda-feira em cooperar para ''acelerar'' a transição política na Síria e expressaram preocupação crescente pelos ataques ''impiedosos'' do regime na cidade de Aleppo.

A transição passa pela saída do poder do presidente sírio, Bashar al Assad, como resposta ''às reivindicações legítimas do povo sírio'', declararam Obama e Erdogan durante conversa telefônica que mantiveram nesta segunda, informou a Casa Branca em comunicado.

Ambos compartilharam ''suas preocupações crescentes pelos ataques impiedosos do regime sírio contra seu próprio povo'', que se concentraram nos últimos dias na cidade de Aleppo, considerada o centro econômico do país.

Os dois também se comprometeram a coordenar esforços para ''ajudar o crescente número de refugiados sírios'' dentro do país e em outros da região, como a Turquia.

Obama reconheceu a ''generosidade do povo turco por ter amparado tantos sírios que fugiram de seus lares na busca por segurança'', indicou a Casa Branca.

Os dois líderes concordaram em permanecer em contato para analisar de que forma EUA e Turquia ''podem trabalhar juntos para promover uma transição democrática na Síria''.


No último sábado as forças do regime iniciaram uma ofensiva para expulsar de Aleppo ''grupos terroristas'' (como classificam os rebeldes) e recuperar o controle total da cidade.

Por sua vez, a Turquia transferiu nesta segunda-feira um comboio de veículos militares, mísseis e munição da fronteira síria, na província de Kilis, para o norte de Aleppo.

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse em entrevista coletiva que a deterioração da situação em Aleppo ''constitui um grave aumento'' do conflito pois o regime sírio ''está realizando ataques em grande escala usando aviões, helicópteros e tanques'' contra a população civil.

''O regime tem diante de si esta luta porque não fez o que tinha que ser feito há muitos meses, que é pôr fim à violência e começar uma transição política'', observou.

Victoria reiterou a postura dos EUA, que afirma que Assad ''tem os dias contados'' e que seu ''brutal'' regime chegará ao fim, pois os ataques recentes só serviram para alimentar a oposição, ''cada vez mais capaz e organizada''.

Além disso, a porta-voz afirmou que os Estados Unidos continuaram ''expandindo'' a assistência ''não-letal'' para ajudar à oposição a se consolidar e se organizar melhor.

Desde que começou a revolta contra o regime, em março de 2011, o conflito na Síria fez mais de 17 mil mortos, cerca de 150 mil refugiados em países vizinhos e um milhão e meio de deslocados internos, segundo a ONU.

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