Economia

Governo federal fará mais 18 leilões de infraestrutura neste ano

Tarcísio de Freitas, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, disse no EXAME Fórum que o governo está aberto a “provocações” do mercado

Tarcísio Freitas, secretário de coordenação de projetos do PPI, durante o EXAME Forum: 23 bilhões de reais captados em um ano (Germano Luders/Site Exame)

Tarcísio Freitas, secretário de coordenação de projetos do PPI, durante o EXAME Forum: 23 bilhões de reais captados em um ano (Germano Luders/Site Exame)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 8 de junho de 2017 às 11h02.

Última atualização em 27 de novembro de 2018 às 19h10.

São Paulo — O secretário de coordenação de projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Tarcísio Gomes de Freitas, estimulou os executivos presentes no Fórum EXAME Concessões e PPPs 2017 a participarem do programa. “Sabem quem é a liderança que pode ajudar o Brasil a voltar a crescer? O setor privado, vocês”, disse, durante sua palestra realizada na abertura do evento, em São Paulo.

Durante o primeiro ano do governo de Michel Temer, o PPI já realizou 44 leilões na área de infraestrutura, que representaram uma captação de 23 bilhões de reais em investimentos.

O secretário destacou que, apesar da turbulência política enfrentada pelo governo, o cronograma de projetos não deve ser modificado. “Estão previstos 18 leilões no segundo semestre, a partir de setembro. Vamos continuar a trabalhar como se nada estivesse acontecendo”.

Em conversa com o diretor editorial da revista EXAME, André Lahóz Mendonça de Barros, Freitas disse que o programa está aberto a "provocações " do setor privado. "Elas são muito importante para nós e algumas já foram incorporadas". Agora, ele cita que o programa busca incentivar a participação de novos players nas concessões após grandes empreiteiras, atingidas pelas denúncias da Lava Jato, anunciarem a paralisação de projetos.

Freitas também disse, durante sua palestra no evento, que há um desafio enorme para aumentar a produtividade no Brasil e esse caminho passa pelo setor de infraestrutura. "Precisamos romper o ciclo vicioso que afugenta investidores e aumenta o desemprego (...). Não há escapatória às concessões, nas quais percebemos ganhos. Afinal, não podemos ficar reféns do orçamento fiscal".

Uma grande vantagem do PPI, cita o secretário, é a criação de uma governança sobre os projetos. "Criamos um hub, articulado com ministérios, que busca selecionar projetos realmente atrativos para o setor privado e que está sendo bem sucedido". Ele destaca o leilão de linhas de transmissão em abril, considerado o maior da história.

O secretário afirmou que o programa busca corrigir um "repertório de erros" cometido no passado na área de PPPs, como o excesso de intervenção do estado, que provocou o desbalanceamento do risco dos projetos ".

Questionado por Lahóz se os erros cometidos nos últimos anos em concessões deixou marcas nas decisões tomadas por investidores estrangeiros, Freitas citou a presença de consórcios internacionais nos leilões realizados no PPI, especialmente nas concessões de aeroportos, realizadas em março. "Acredito que ficou claro para estes investidores que o governo deixou uma linha anti-business e passou para uma linha pró-business com a posse de Temer".

Lideranças do poder público e privado estão reunidas hoje no Fórum EXAME Concessões e PPPs 2017 para discutir os desafios e as oportunidades que o Brasil tem hoje com as melhorias de infraestrutura e sistemas urbanos que tanto precisam ser feitas. Promovido pela Revista EXAME em parceria com a consultoria especializada Hiria, o evento promove um debate sobre as relações entre empresas públicas, privadas e concessões para a construção do futuro da infraestrutura do país.

Na abertura do evento, Lahóz relatou a satisfação de EXAME em realizar o debate. "Temos de aprender lições e nos preparar para um novo ciclo de crescimento que, esperamos, deve começar logo. O momento do país é sério, mas não há melhor momento para debater e olhar o novo".

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