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O preço salgado dos ovos de Páscoa é culpa dos impostos?

Em parte, segundo um estudo encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)

Páscoa (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

Publicado em 20 de março de 2018 às 13h11.

São Paulo - A Páscoa está chegando e com ela a reclamação de que os ovos de chocolate estão ficando caros demais.

A culpa é dos impostos ? Em parte, segundo um estudo encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

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Cerca de 38,53% do preço final do ovo é composto por impostos, taxas e contribuições, o que significa cerca de R$ 15,40 em um produto que custa R$ 40.

“As taxas de impostos incidentes sobre os produtos de Páscoa são elevadas. O consumidor precisa ficar atento e ter consciência do quanto está pagando”, aponta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), em nota para a imprensa.

A carga tributária também é alta em outros produtos associados a este período festivo, como o coelho de pelúcia (29,92%) e o bacalhau importado (43,78%).

A carga chega a superar metade do preço final em bebidas como o vinho nacional (54,73%) e o vinho importado (69,73%).

"Se a carga tributária incidente sobre esses produtos não fosse tão elevada, o brasileiro teria condições de consumir mais e melhor nesta época do ano", diz João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT, em nota.

Comer fora também não resolve, já que o almoço em restaurante tem 32,31% de peso em tributos, chegando a 39,61% no chocolate, 38,68% na colomba pascal e 37,61% no bombom.

Veja na tabela como a conta foi feita para cada produto:

Carga tributária dos produtos de Páscoa

Carga tributária

O brasileiro precisou trabalhar, em média, aproximadamente 123 dias do ano passado só para pagar impostos.

O montante de R$ 2,2 trilhões extraído compulsoriamente da sociedade pelo governo representou um custo médio por habitante de R$ 10.620.

Com isso, a carga tributária subiu para 33,63% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, uma leve alta em relação aos 33,29% de 2016.

Os números foram calculados pelos economistas José Roberto Afonso e Kleber Pacheco de Castro e divulgados no último dia 12 de março.

Os chamados tributos indiretos responderam por 45% do total arrecadado contra apenas 25% dos impostos diretos.

Isso significa que o sistema é regressivo e com isso o peso dos impostos acaba recaindo mais fortemente sobre as classes mais baixas, alimentando a desigualdade, ponto também destacado pela nota de João Eloi Olenike.

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