Economia

O maior problema de Macri: Argentina divulga inflação

Índice de preços já cresceu mais de 50% nos últimos 12 meses e será uma das maiores barreiras à reeleição do presidente Mauricio Macri

Mauricio Macri (Denis Balibouse/Reuters)

Mauricio Macri (Denis Balibouse/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2019 às 06h22.

Última atualização em 13 de junho de 2019 às 07h20.

Um dia depois de oficializar os candidatos das eleições presidenciais deste ano, a Argentina divulga nesta quinta-feira, 13, os dados de sua inflação do mês de maio. Em meio aos vários problemas econômicos argentinos no momento, a inflação é talvez o maior deles: o índice de abril marcou alta de quase 56% nos últimos 12 meses, e mais de 15% no acumulado dos primeiros quatro meses do ano.

Para o presidente argentino, Mauricio Macri, que vai tentar sua reeleição nas eleições de 27 de outubro, será difícil chegar bem à corrida eleitoral com os números da economia indo de mal a pior. A expectativa para maio é que a inflação suba 3% na comparação com abril, e a previsão é fechar o ano com inflação de 40,3% — menor que os mais de 47% em 2018, mas ainda longe do suficiente. Além disso, o Banco Mundial projeta queda de 1,2% no PIB argentino para 2019.

Eleito sob uma bandeira liberal e prometendo reformas que melhorassem a economia, Macri vem sendo alvo de frequentes greves-gerais e protestos. Neste cenário, o governo vê de perto a ameaça da ex-presidente e maior adversária, Cristina Kirchner (2007-15), que lidera parte das pesquisas e surpreendeu ao anunciar no mês passado que concorreria apenas como vice. A cabeça de chapa passou a ser de Alberto Fernández, visto como mais moderado. A chapa também ganhou nesta semana o apoio de Sergio Massa, ex-apoiador que havia rompido com o governo Kirchner no passado.

A corrida eleitoral está cheia de surpresas. Os candidatos tinham até o fim da terça-feira, 11, para oficializarem suas coligações. E Macri anunciou, de última hora, o opositor e líder peronista no Senado, Miguel Pichetto, como vice em sua chapa, aumentando as chances de o presidente atrair novos eleitores. A novidade animou os mercados, com os bônus da dívida e empresas argentinas subindo no exterior e a bolsa de Buenos Aires com alta de 5% na quarta-feira, 12.

A nova chapa de Macri, contudo, deve praticamente anular qualquer chance de terceira via, ainda que o ex-ministro da Economia e responsável pela recuperação econômica do país no início dos anos 2000, Roberto Lavagna, também tenha se candidatado e dispute votos do centro e da direita— em uma espécie de “chama o Meirelles” argentino.

O ministro de Produção e Trabalho de Macri, Dante Sica, disse nesta semana que “serão necessários sete ou oito anos de consistência” para a Argentina derrotar a inflação. Cada um à sua maneira, os candidatos querem mostrar que serão capazes de fazê-lo.

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