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Novo diferimento de reajuste pode ser opção, diz Copel

Empresa busca uma solução equilibrada que não prejudique nem consumidores nem ela mesma

Copel: Aneel aprovou um reajuste médio de 35,05% na tarifa de energia dos consumidores da companhia (Divulgação/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 15h08.

São Paulo - O presidente da Copel , Lindolfo Zimmer, disse nesta terça-feira que o diferimento do reajuste tarifário da distribuidora aprovado para este ano é uma opção que pode ser considerada e que a empresa busca uma solução equilibrada que não prejudique nem consumidores nem ela mesma.

A Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ) aprovou um reajuste médio de 35,05 por cento na tarifa de energia dos consumidores da companhia. Mas logo após o anúncio o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse em sua conta no Twitter que pedirá a suspensão do reajuste, "para buscar uma solução junto com a Copel".

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Controlada pelo governo do Estado do Paraná, a Copel já pediu o diferimento do reajuste da tarifa no ano passado, o que foi atendido pela Aneel na época. "NO ano passado isso (diferimento) já foi feito e concedido. Levando em conta as necessidades da empresa, da distribuidora, da qualidade de energia, do atendimento, quem sabe poderia haver um diferimento diferente daquele que foi feito no ano passado", disse Zimmer, à Reuters.

O executivo disse que a solução final, no entanto, ainda será analisada, após a companhia avaliar todas as informações sobre o reajuste aprovado nesta terça-feira.

"Pode ser possível aliviar sem grandes sacrifícios, ou sacrificando parcialmente, aí todo mundo se sacrifica um pouco -- o consumidor paga um pouco mais, a distribuidora investe um pouco menos e também os acionistas têm que ter um pouco mais de paciência", acrescentou.

O presidente da Copel defendeu ainda que seja encontrado um "ponto de equilíbrio" entre aumento da tarifa e recebimento de receita pela empresa, para manter a companhia saudável financeiramente. "O ideal para a empresa é receber o reajuste integral, o ideal para o consumidor é não pagar reajuste nenhum. Então, nós temos que achar um ponto de equilíbrio onde as partes se sintam adequadamente satisfeitas", disse.

Zimmer disse que o reajuste aprovado pela Aneel "foi uma surpresa", conforme o governador paranaense Beto Richa já havia dito mais cedo. A Aneel, no entanto, explicou que o reajuste aprovado ficou abaixo do pedido pela companhia. Segundo a agência, o índice de reajuste tarifário da Copel, excluindo-se os efeitos dos componentes financeiros do ano passado, ficou, em média, em 30,78 por cento -- inferior ao pedido feito pela empresa de um reajuste (sem esses efeitos financeiros) de 32,45 por cento.

O presidente da Copel defendeu, entretanto, que o forte aumento da tarifa não é culpa da companhia, que compra energia em leilões públicos promovidos pelo governo federal.

"Nós não temos a menor culpa sobre essa tarifa. Nós não escolhemos de quem comprar a energia ... isso vem em função dos leilões que são promovidos pelo governo federal. Nós apenas declaramos quanto de energia nós precisamos", disse. A principal explicação para o aumento das tarifas da Copel é a elevação do custo da energia comprada pela companhia, principalmente no último leilão A-0 realizado em abril, em que a energia contratada teve preço bem mais alto que o valor da energia que substituiu no portfólio da distribuidora paranaense.

O preço de energia está mais caro diante do maior acionamento de térmicas e outra condições relacionadas à escassez de chuvas que diminuiu reservatórios das hidrelétricas, reduzindo a geração por essa fonte.

Nesta segunda-feira, haverá uma reunião do Conselho de Administração da Copel para decidir definitivamente sobre a suspensão do reajuste tarifário, que deveria vigorar a partir desta terça-feira.

Em seguida, após aprovada a suspensão, a empresa entra com o pedido na Aneel. Já o pedido de diferimento, segundo Zimmer, caso for a solução definida pela empresa, será feito à Aneel após "uma avaliação cuidadosa" pela companhia.

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