Economia

Novas denúncias de caixa dois em campanha atingem o PT

Duas denúncias feitas hoje abalaram ainda mais a credibilidade do Partido dos Trabalhadores. A revista Veja (publicada pela Editora Abril, que edita EXAME) traz mais denúncias de pedidos de propina para campanhas eleitorais petistas. O delator é José Vicente Brizola, filho do ex-governador Leonel Brizola, que em 2002 esteve à frente da Lotergs. Brizola diz […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.

Duas denúncias feitas hoje abalaram ainda mais a credibilidade do Partido dos Trabalhadores. A revista Veja (publicada pela Editora Abril, que edita EXAME) traz mais denúncias de pedidos de propina para campanhas eleitorais petistas. O delator é José Vicente Brizola, filho do ex-governador Leonel Brizola, que em 2002 esteve à frente da Lotergs. Brizola diz ter sofrido pressões do PT para formar um caixa dois de campanha com empresários de casas lotéricas e bingos. Outra denúncia foi feita pela edição desta semana da revista Época. O ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Waldomiro Diniz, conta em entrevista à revista como fez tráfico de influência em 2003, já trabalhando para o atual governo.

As denúncias complicam ainda mais a situação da cúpula petista, que vinha tentando desvincular as denúncias de corrupção da gestão Lula. As revelações de conversas entre o então presidente da Loterj (a estatal que cuida das loterias do Rio de Janeiro) e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, em que propina é pedida para financiar campanhas eleitorais, se referiam a fatos ocorridos em 2002. Antes, portanto, de Diniz trabalhar para o Palácio do Planalto. Agora, as novas denúncias são sobre fatos que aconteceram em 2003.

Diniz afirmou que, em 6 de janeiro do ano passado, já como alto funcionário de Lula, voltou a se reunir com Carlinhos Cachoeira. O encontro trouxe mais dois executivos da multinacional Gtech, empresa que discutia a renovação de um contrato de 130 milhões de dólares para operar as loterias da Caixa Econômica Federal. Os executivos, segundo a reportagem, eram o então presidente da empresa, Antônio Carlos Rocha, e o diretor de marketing, Marcelo Rovai. Diniz afirmou ainda que houve outro encontro, desta vez sem o bicheiro, dia 31 de março.

As versões dos motivos da reunião na batem. Rovai diz que Diniz a convocou, pois estava 'preocupado' com as brigas entre a Gtech e a Caixa e queria saber detalhes. Diniz diz que foi convidado por Cachoeira para ajudá-lo em um projeto que estava desenvolvendo.

Na revista Veja, José Vicente Brizola, diz ter sofrido pressão de Carlos Fernandes, filho da então candidata à reeleição ao Senado pelo PT Emília Fernandes, para formar um caixa dois de campanha. Emília Fernandes, que acabou agraciada com o cargo de secretária especial de Políticas para Mulheres, posição com status ministerial.

Segundo Veja, Carlos Fernandes teria solicitado ajuda para a arrecadação de recursos financeiros destinados à chapa majoritária do partido, formada também pelo candidato ao governo, Tarso Genro, e pelo então candidato ao Senado Paulo Paim. A missão de José Vicente seria contatar os empresários da jogatina e convidá-los a contribuir com a campanha da chapa majoritária.

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