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Nova recessão ameaça economia global apesar de avanço de vacinas

Aumento de casos e perspectiva de lenta distribuição de vacinas alimentam temores de nova recessão, o que aumenta a pressão sobre bancos centrais e governos

Rua comercial em Xangai: a China é a única grande economia que deve crescer em 2020 (Edwin Remsberg/AGB Photo)
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Fabiane Stefano

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 00h19.

O novo avanço do coronavírus alimenta temores de uma nova recessão mundial, o que aumenta a pressão sobre bancos centrais e governos para que deixem de lado outras preocupações e tomem mais medidas para estimular a demanda.

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Crescem as expectativas de que vacinas contra a Covid-19 estejam disponíveis já emdezembro, mas a distribuição generalizada levará meses e os casos voltam a aumentar em muitas grandes economias. Autoridades têm respondido com mais restrições para limitar a propagação do coronavírus às custas de uma atividade econômica mais fraca.

Economistas de Wall Street dizem agora que não demoraria muito para que as economias dos Estados Unidos, zona do euro e Japão encolham novamente neste trimestre ou no próximo, poucos meses depois de terem superado a recessão mais profunda em gerações.

Indicadores econômicos de dados de alta frequência da Bloomberg apontam para uma recessão dupla.Índices de manufaturada zona do euro divulgados na segunda-feira justificam essa preocupação, embora um indicador da atividade de empresas nos EUA tenha sido positivo.

Com isso, autoridades de política monetária ouvem pedidos de mais estímulos, mesmo quando bancos centrais já estão sobrecarregados. Enquanto isso, políticos dos EUA à Europa estudam o que podem e devem fazer com a política fiscal.

“Embora haja muita empolgação com o progresso do desenvolvimento de vacinas, não será a solução rápida que muitos esperam que seja”, disse o ministro de Comércio e Indústria de Cingapura, Chan Chun Sing. “Produzir doses suficientes, depois distribuir e vacinar uma população global significativa levará muitos meses, senão anos”, disse a repórteres na segunda-feira.

Existe a preocupação de que os bancos centrais tenham ficado sem espaço para agir de forma decisiva e que mesmo condições financeiras ainda mais frouxas não impulsionariam a economia. O Fundo Monetário Internacional está entre os que alertam que os preços elevados dos ativos indicam potencialmente uma desconexão com a economia real e, portanto, podem representar uma ameaça à estabilidade financeira.

“Há um excesso de poupança e uma escassez de investimento”, que é o principal problema das economias desenvolvidas, disse a ex-presidente do Fed, Janet Yellen, que deve ser indicada como secretária do Tesouro do presidente eleito Joe Biden. “Precisamos ter uma política fiscal, uma política estrutural diferente de apenas depender dos bancos centrais para alcançar um crescimento saudável”, afirmou no New Economy Forum da Bloomberg na semana passada.

A China é a única grande economia que deve crescer em 2020, pois o controle do surto de coronavírus permitiu que as restrições fossem amenizadas meses atrás. Embora a recuperação chinesa liderada pelo comércio ofereça impulso ao mundo por enquanto, a China também é vulnerável à perspectiva global.

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