Economia

Dilma: elevar superávit abre espaço para corte de juro

Para presidente, também não haverá cortes nos investimentos decorrentes da economia maior

Dilma: "Nós abrimos o caminho (para) que tenha juros que sejam juros cadentes, ou seja, juros que comecem a cair" (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma: "Nós abrimos o caminho (para) que tenha juros que sejam juros cadentes, ou seja, juros que comecem a cair" (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2011 às 13h53.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que a elevação em 10 bilhões de reais da meta de superávit primário, anunciado pelo governo na véspera, abre espaço para a redução das taxas de juros no país e que não haverá cortes nos investimentos decorrentes da economia maior.

"Nós queremos que, a partir deste momento, nós comecemos a ter no horizonte a possibilidade de redução dos juros", disse Dilma em entrevista a rádios de Pernambuco.

"Nós abrimos o caminho (para) que tenha juros que sejam juros cadentes, ou seja, juros que comecem a cair", afirmou ela, que considerou as taxas brasileiras como "uma das mais altas".

Na segunda-feira, o governo anunciou elevação em 10 bilhões de reais na meta de superávit primário deste ano, para 127,9 bilhões de reais. No início do ano, o governo já havia anunciado um corte de gastos no Orçamento de 50 bilhões de reais.

O governo justificou a medida como necessária em função da crise econômica global e que abre espaço para uma flexibilização da política monetária.

Dilma garantiu que, apesar do superávit maior, não haverá cortes de gastos em investimentos ou em programas sociais, como o Bolsa Família.

"Nós vamos manter todos os investimentos", disse Dilma. "Esses 10 bilhões (de reais) decorrem de um esforço que nós fizemos nesse período, tanto no que se refere a gastos de custeio quanto ao aumento de receita decorrentes do fato de que o Brasil está crescendo".

"Presente de grego"

A presidente disse ainda que o atual momento, de crise internacional, não é propício para aprovar despesas sem apontar a fonte de recursos.


Dilma reagiu à possibilidade do Congresso aprovar a Emenda 29, que regulamenta os gastos com saúde nos três níveis do governo.

"Eu só não quero que me deem um presente de grego... Eu quero saber como é que todos os investimentos necessários para garantir que nosso povo tenha saúde de qualidade, de onde vão sair".

"O momento da crise internacional não está propício para que você aprove despesas sem dizer da onde que saem os recursos", declarou.

Além da Emenda 29, está no Congresso a proposta de outra emenda constitucional, a PEC 300, que cria um piso salarial aos agentes de segurança em todo país. Nesse caso, os reajustes seriam subsidiados pelo governo federal por anos até serem incorporados pelos governos estaduais.

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