Economia

Negociação comercial entre EUA e China será retomada na próxima semana

Casa Branca se manteve firme no prazo de 1º de março para alcançar um acordo ou elevar tarifas sobre produtos chineses

Negociações entre China e EUA para resolver a guerra comercial serão retomadas em Washington na próxima semana (Yuri Gripas/Reuters)

Negociações entre China e EUA para resolver a guerra comercial serão retomadas em Washington na próxima semana (Yuri Gripas/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de fevereiro de 2019 às 13h29.

Pequim/Washington - As negociações entre China e Estados Unidos para resolver a guerra comercial serão retomadas em Washington na próxima semana, com ambos os lados dizendo que houve progresso nas conversas desta semana em Pequim.

A Casa Branca se manteve firme no prazo de 1º de março para alcançar um acordo ou elevar tarifas sobre alguns produtos chineses, apesar do presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito que estaria disposto a prorrogar o prazo, com certa relutância.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, disse em comunicado nesta sexta-feira que as duas potências econômicas "vão continuar trabalhando em todas as questões pendentes tendo em vista o prazo de 1º de março de 2019".

"Essas detalhadas e intensivas discussões levaram a progresso entre as duas partes. Muito trabalho permanece, no entanto", disse Sanders sobre a rodada de negociações em Pequim.

A China e os EUA alcançaram um consenso preliminar sobre alguns pontos cruciais das negociações, reportou a agência estatal chinesa Xinhua, acrescentando que tiveram uma discussão detalhada sobre um memorando de entendimento envolvendo questões econômicas e comerciais. A Xinhua não deu mais detalhes.

Os países focaram nesta semana em tecnologia, direitos de propriedade intelectual, agricultura, serviços, barreiras não tarifárias e câmbio, e discutiram possíveis compras chinesas de bens dos EUA e serviços para reduzir um "enorme e persistente déficit comercial bilateral", disse Sanders.

Xi se encontrou com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, após uma semana de negociações comerciais em nível sênior e entre representantes em Pequim, e pediu por um acordo que ambos os lados aceitariam, disse a imprensa estatal.

Tarifas norte-americanas sobre 200 bilhões de dólares em importações da China subirão de 10 para 25 por cento se nenhum acordo for alcançado até 1º de março para lidar com demandas dos EUA para a China reduzir transferências forçadas de tecnologia e cumpra melhor os direitos de propriedade intelectual.

Após a conclusão das negociações, que incluíram um banquete na quinta-feira, Mnuchin disse no Twitter que ele e Lighthizer tinham realizado "reuniões produtivas" com o principal assessor econômico de Xi, o vice-premiê Liu He.

"As consultas entre as equipes dos dois lados alcançaram importante progresso", disse Xi, segundo a televisão estatal.

"Na próxima semana, os dois lados se reunirão novamente em Washington. Eu espero que continuem os esforços para alcançar um acordo mutuamente benéfico, em que os dois lados ganhem", disse Xi durante uma reunião no Grande Salão do Povo, em Pequim.

Ele acrescentou que a China está disposta a adotar uma "abordagem cooperativa" para resolver atritos comerciais bilaterais.

Lighthizer disse a Xi que as autoridades sêniores tiveram "dois dias muito bons" de conversas.

"Sentimos que demos início a questões muito, muito importantes e muito difíceis. Temos trabalho adicional a fazer, mas estamos esperançosos", disse Lighthizer, segundo um vídeo a veículos da imprensa estrangeira.

Nenhum dos dois países deu novos detalhes até o momento sobre como poderão encerrar a guerra tarifária que abalou mercados financeiros e afetou cadeias de produção.

(Reportagem adicional de Lusha Zhang, Min Zhang, Philip Wen, Ben Blanchard, Lisa Lambert e Susan Heavey)

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