A decisão do Copom sobre a taxa de juros será conhecida na próxima semana, mas amanhã o mercado poderá antecipar um sinal importante. De acordo com a consultoria Tendências, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (utilizado pelo governo nas metas de inflação) de maio, previsto para ser divulgado nesta sexta-feira (10/6), será fundamental para a decisão da equipe econômica.

No início desta semana, a pesquisa semanal, do Banco Central, reduziu a projeção de inflação para o mês de maio de 0,57% para 0,56%. A consultoria Tendências trabalha com um cenário mais otimista, prevendo inflação de 0,50% no período.

Esse é um dos motivos que leva a consultoria Tendências a apostar na manutenção da taxa Selic em 19,75% ao ano. Segundo os economistas Guilherme Maia e Frederico Estrella, não há motivos para mais uma alta na taxa de juros. O fraco desempenho da economia no primeiro trimestre, aliado a uma perspectiva pouco animadora do desempenho industrial nos próximos meses, devem, enfim, interromper a trajetória de alta da Selic.

"Some-se a isso o fato de que o Banco Central esperava um crescimento da produção industrial em abril, o que não aconteceu", diz o relatório da Tendências. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a produção industrial do mês retrasado ficou estagnada. Conforme a pesquisa do instituto, as fábricas brasileiras produziram em abril o mesmo volume produzido em março.