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Serra supera Lula já no primeiro turno, mostra pesquisa da CNI/Ibope

Resultado acirra a disputa entre Serra e Alckmin, que também cresce nas intenções de votos, mas permanece atrás do prefeito de São Paulo

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.

Pela primeira vez, o prefeito de São Paulo, José Serra, aparece à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas simulações do primeiro turno das eleições presidenciais. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope, Serra lidera a corrida presidencial com 37% das intenções de votos, contra 31% de Lula. A diferença encontra-se fora da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais.

A ultrapassagem já era esperada pelos analistas políticos, já que, desde o início da crise política, em junho, Lula mostrou uma acelerada deterioração das intenções de votos. Em contrapartida, Serra capitalizou a maior parte desse desgaste e iniciou sua ascensão. "O resultado não é uma grande surpresa, mas é relevante porque representa a polarização entre Lula e Serra", diz o cientista político João Augusto de Castro Neves, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep).

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Não há dúvidas de que o estrago causado pela crise política sobre a competitividade de Lula foi grande. Embora a avaliação do governo tenha parado de cair 29% dos entrevistados o consideram ótimo ou bom, a mesma taxa de setembro; e 32%, ruim ou péssimo, também a mesma percentagem de três meses atrás a aprovação ao governo continuou em queda. Em junho, no início da crise, 55% aprovavam o governo Lula, contra 38% que não o apoiavam. Em dezembro, a taxa de aprovação é de 42%, contra 52% de desaprovação.

"O desgaste de Lula favoreceu três pré-candidatos: Serra, Alckmin e Garotinho", afirma o cientista político Ricardo Ribeiro, da consultoria MCM. Lula encontra-se numa situação bastante difícil, segundo os analistas. Se conseguir estancar seu desgaste, corre o risco de selar a candidatura Serra pelo PSDB e ser derrotado no segundo turno das eleições. Se continuar caindo, tornará vários adversários competitivos inclusive no segundo turno.

Briga tucana

A capacidade de reação de Lula, até o momento, parece limitada pela imobilidade de sua base parlamentar e pela falta de grandes investimentos para ilustrar os outdoors e peças publicitárias de sua campanha. Mesmo os programas sociais não serão um forte cabo eleitoral em 2006. A pesquisa CNI/Ibope mostra que Lula, hoje, perde para Serra em todas as faixas de renda inclusive entre as famílias com ganhos mensais de até 2 salários mínimos, alvo prioritário de seus programas assistenciais.

Com Lula sangrando sozinho, o resultado mais concreto da pesquisa é acirrar a disputa interna do PSDB em torno do nome que enfrentará o presidente. Até agora, os números mostram uma consolidação de Serra. Nas simulações de segundo turno, o prefeito paulistano bateria Lula por uma diferença de 13 pontos percentuais 48% a 35%. "Serra está se firmando como o anti-Lula", diz Ribeiro, da MCM.

Mas o favoritismo nas urnas ainda não selou o apoio do PSDB a Serra. O governador paulista, Geraldo Alckmin, assumiu publicamente sua pré-candidatura nas últimas semanas, intensificou suas viagens e procura se cacifar para enfrentar Serra nas convenções partidárias. Segundo os cientistas políticos, Alckmin errou ao postergar sua entrada na corrida eleitoral. Agora, corre contra o tempo para se fortalecer e ser competitivo.

Alguns fatores pesam contra o governador paulista. Em primeiro lugar, a pesquisa CNI/Ibope mostra um empate entre Alckmin e o pré-candidato peemedebista Anthony Garotinho, ambos com 20% das intenções de voto. "Há o risco de Alckmin não ir para o segundo turno nesse cenário", diz Ribeiro, da MCM.

Por fim, o governador ainda aparece atrás de Lula nas simulações de segundo turno, embora a diferença venha caindo. Nesta pesquisa, Lula o venceria por 41% a 37%. Para neutralizar Serra nas disputas internas do PSDB, Alckmin precisaria também, pelo menos, apresentar um empate técnico com Lula no segundo turno. "Até o momento, os cenários são uma polarização entre Serra e Lula, no segundo turno; e uma candidatura competitiva, mas não consolidada, de Alckmin", diz Castro Neves, do Ibep.

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