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Economia brasileira mostra resistência à queda da inflação

Para economista, os feitos do BC em sua luta para controlar a inflação em 2005 não justificam as graves perdas em crescimento do PIB

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

Há algo além das apostas se o Banco Central (BC) consegue ou não cravar o centro da meta da inflação para 2005, de 5,1%, conforme a medição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para Luis Fernando Lopes, economista-chefe do Pátria Banco de Negócios, existem indícios preocupantes sobre o comportamento da economia que precisam entrar na pauta de discussão de política econômica no Brasil. "Há uma extraordinária resistência da economia brasileira à queda da inflação", afirma. "O BC ajustou para cima a meta de 2005 [de 4,5% para 5,1%], o real está valorizado, e ainda assim vamos terminar o ano com um IPCA acima do centro da meta."

A inflação de novembro, medida pelo IPCA, foi de 0,55%, 0,2 ponto percentual abaixo do resultado de outubro. Apesar do arrefecimento da alta dos preços, o dado implica em um elevado patamar de inflação anualizada, na avaliação dos economistas do banco Bradesco. As instituições financeiras projetam uma inflação média próxima de 5,7% neste ano, acima da meta ajustada, mas consideravelmente abaixo do teto da banda (que consiste no centro mais 2,5 pontos percentuais).

Lopes considera que, diante dos resultados obtidos, o sacrifício em termos de crescimento econômico não valeu a pena. "O custo foi muito grande; se terminarmos este ano com uma expansão de 3% do Produto Interno Bruto, já será excepcional", diz. "Não foi um desastre, o BC fez o melhor que podia, mas é preciso lidar com essa resistência da inflação."

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