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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
Chega de política monetária conservadora. Sem crescimento, a estabilidade econômica perde seu valor. Parece uma estocada da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ou do vice-presidente da República, José Alencar, ou do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Guido Mantega, contra a política econômica conduzida por Antonio Palocci, ministro da Fazenda. Mas essa é a posição do diário britânico Financial Times em editorial entitulado Lula's challenge (O desafio de Lula), publicado nesta terça-feira (6/12).
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gosta de gabar-se de que o Brasil está avançando em direção ao status do mundo desenvolvido. A julgar pelo desempenho dos mercados financeiros neste ano, muitos investidores, aparentemente, concordam com ele", diz o editorial. "Mas arranhe a superfície, e o novo milagre econômico brasileiro é bem menos sólido do que parece."
O Financial Times diz que o problema é que a economia não está crescendo suficientemente rápido. E, na comparação com Rússia, Índia e China, o Brasil perde terreno. Mesmo com condições externas sem precedentes nos últimos 50 anos (altos preços das commodities e liquidez internacional abundante), o país vai crescer em 2005 cerca de 3% (leia reportagem sobre as projeções mais recentes de analistas brasileiros).
A receita do jornal para o país recuperar impulso são mais reformas estruturais. Para melhorar a qualidade do gasto público, por exemplo. Ou para libertar pequenas e médias empresas do cipoal burocrático que sufoca qualquer iniciativa empreendedora no país. O Financial Times também afirma que o Banco Central (BC) deve ser mais agressivo em sua política monetária (leia-se, menos cauteloso na redução dos juros), e também pode autorizar os exportadores a manterem por mais tempo os dólares obtidos com suas vendas.