Economia

IPCA de outubro fica acima da expectativa

Índice atinge 0,75%. Mercado esperava 0,55%. Para economista, mais importante é que núcleo da inflação superou teto de segurança de 0,40%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

Quando o assunto é inflação, aparentemente ainda não há motivo para ficar apreensivo sobre médio e longo prazo. No curto prazo, porém, a tendência é de aceleração, e a taxa divulgada nesta quinta-feira (10/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma isso.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro variou 0,75%. O resultado é mais do que o dobro da taxa de 0,35% de setembro e rompeu o consenso de mercado, de uma alta de 0,55%. A culpa, mais uma vez, é da gasolina, que se manteve na liderança dos principais impactos individuais no IPCA (com responsabilidade por 0,18 ponto percentual no resultado). O consumidor passou a pagar 4,17% a mais por litro do combustível. A alta reflete, nos postos, parte do reajuste de 10% ocorrido nas refinarias em setembro. O álcool combustível, 10,48% mais caro, também empurrou a inflação para cima.

Para entender o que está acontecendo, porém, os acumulados em períodos maiores são mais reveladores. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 6,36%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores, que acumulavam 6,04%. A meta central do Banco Central é fechar o ano com um IPCA de 5,1%. Em 2005, até outubro, o IPCA registra alta de 4,73%, menos do que os 5,95% em igual período de 2004.

Em análise dirigida a investidores estrangeiros, Mário Mesquita, economista-chefe do ABN Amro, adota um tom pessimista. "A semana é bem ruim. Depois de uma produção industrial abaixo do previsto, os mercados terão de digerir hoje uma inflação mais alta do que o projetado", afirma. Mesquita chama atenção para o núcleo da inflação, que exclui as oscilações de preço mais abruptas. Em outubro, o núcleo rompeu o teto de segurança dos 0,40%.

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