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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h38.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou sua estimativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 3,2% para 3,5%. A reavaliação segue os passos da realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento. No início de setembro, o Ipea elevou sua projeção de crescimento de 2,8% para 3,5% neste ano.
A expectativa de uma aceleração da economia nos últimos meses do ano foi o principal motivo para a revisão realizada pela CNI. Segundo a Confederação, a retomada das atividades será motivada pela redução da taxa básica de juros (Selic), iniciada em setembro com o corte de 0,25 ponto percentual decidido pelo Banco Central. As indústrias estimam que a Selic encerre dezembro em 17,5% ao ano, o que corresponderia a uma taxa real de juros de 12% a 13%.
Embora isso signifique que o Brasil continuará liderando o ranking dos países com maior taxa real de juros, será o suficiente para dar novo fôlego aos investimentos e para o crédito ao consumidor final, com reflexos positivos na geração de emprego.
Desempenho modesto
Embora a revisão assinale um momento de maior otimismo dos empresários em relação ao país, a CNI adverte que o Brasil continuará atrás do resto do mundo. A Confederação lembra que, neste ano, a economia mundial deve expandir-se a uma taxa média de 4%. Entre os emergentes, porém, a taxa deverá ser bem maior.
"O Brasil não está aproveitando todo o potencial de crescimento possível. Em síntese, a economia vai vem, mas o crescimento poderia ser bem maior", afirma o informe conjuntural divulgado pela CNI nesta terça-feira (27/9).
Entre os pontos que preocupam as indústrias, estão a manutenção dos juros em patamares ainda elevados, já que, apesar dos cortes previstos até o fim do ano, o país continuará arcando com uma das maiores taxas reais do mundo; o câmbio valorizado, que compromete a competitividade de alguns setores exportadores e desestimula os investimentos voltados para o mercado externo; e a resistência da dívida pública em cair. Apesar de todo o esforço fiscal realizado pelo país neste ano, a CNI avalia que o endividamento público encerrará o ano em 50,5% do PIB, nível ainda próximo do obtido em 2004.