Economia

MPs 664 e 665 ajudarão no resultado primário, diz Barbosa

As medidas mudam regras previdenciárias e trabalhistas


	Nelson Barbosa: "neste ano, vão ajudar no resultado fiscal, nos próximos anos vão ajudar em outras coisas", afirmou
 (Reinaldo Ferrigno/Agência Câmara)

Nelson Barbosa: "neste ano, vão ajudar no resultado fiscal, nos próximos anos vão ajudar em outras coisas", afirmou (Reinaldo Ferrigno/Agência Câmara)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 11h45.

Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta quinta-feira, 9, durante audiência pública, que as medidas provisórias 664 e 665, que mudam regras previdenciárias e trabalhistas vão ajudar no resultado primário do governo. Mas ressaltou que esse não é o objetivo central das novas regras.

"Neste ano, vão ajudar no resultado fiscal, nos próximos anos vão ajudar em outras coisas", afirmou.

Segundo ele, a principal intenção do governo é corrigir distorções nos benefícios para garantir a sustentabilidade dos programas.

O ministro lembrou que as MPs trarão ganho de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos cinco anos, o que contabiliza R$ 18 bilhões ao ano.

Barbosa disse que a regra anterior criava incentivos, em muitos casos, para o trabalhador provocar a própria demissão.

"São medidas de adequação necessárias à nova realidade econômica e social do País. Colaboram para a situação fiscal, mas não são de ajuste fiscal", disse.

Seguro-desemprego

O ministro afirmou que o pagamento de seguro-desemprego estava crescendo 17% ao ano. "Não é um crescimento sustentável", disse.

Explicou que o salário mínimo e a renda do País cresceram, o que gerou distorção no programa do seguro. Para isso, o prazo de carência para solicitar o benefício aumentou.

"Não é cancelar o acesso ao seguro-desemprego, é pedir que a pessoa tenha um tempo maior trabalhado", disse. "Fizemos pequenos ajustes para tornar sustentável". Ressaltou que ficam mantidos os valores e o número de parcelas que o beneficiário recebe.

Barbosa também afirmou que o aumento do salário mínimo é o principal motivo para as restrições ao pagamento do abono salarial. "Achamos adequado que o trabalhador que recebe até dois salários mínimos tenha de trabalhar seis meses para pedir o abono", disse.

Antes da nova regra, era necessário trabalhar um mês para fazer o pedido. Outra mudança faz com que o pagamento seja proporcional ao tempo trabalhado e não integral.

"São mudanças pontuais, trabalham uma maior justiça, pagando mais para quem permanece mais tempo no trabalho", afirmou.

Segundo o ministro, as despesas com o abono salarial saltaram de R$ 1,8 bilhão em 2003 para R$ 15,9 bilhões em 2014.

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