Economia

Missão humanitária parte para resgatar reféns das Farc

A missão partiu às 10h30 do aeroporto de Villavicencio em um helicóptero da Força Aérea Brasileira

A missão é liderada pela ex-senadora Piedad Córdoba (Luis Acosta/AFP)

A missão é liderada pela ex-senadora Piedad Córdoba (Luis Acosta/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 16h04.

Villavicencio - Uma missão Humanitária do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e o grupo Colombianos e Colombianas pela Paz partiu nesta segunda-feira para resgatar, em algum lugar da selva da Colômbia, um grupo de policiais e militares que a guerrilha Farc prometeu libertar.

A missão, liderada pela ex-senadora Piedad Córdoba, partiu às 10h30 locais (10h30 de Brasília) do aeroporto de Villavicencio (110 km ao sul de Bogotá) em um helicóptero Cougar emprestado pela Força Aérea brasileira.

"O que era uma esperança já é uma realidade. Venha #PazColômbia #EuAcredito", escreveu Córdoba em seu Twitter, antes da viagem.

A missão Humanitária foi atrasada por mais de duas horas devido ao mau tempo no aeroporto de Villavicencio.

Para esta operação todas as ações das forças militares na região foram suspensas.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) prometeram em fevereiro libertar seis policiais e quatro militares, mantidos em cativeiro há mais de doze anos.

Um primeiro grupo deve ser entregue nesta segunda-feira e o restante na quarta-feira.

No aeroporto, dezenas de familiares se despediram da missão com orações e cantos.

"Esperamos que Luis Alfonso chegue são e salvo. Queremos que ele volte para nós com sua alegria e força. Esperamos que este seja o início de muitas libertações", disse à AFP José Ariel Beltrán, tio do sargento do Exército Luis Alfonso Beltrán, sequestrado no dia 3 de março de 1998.

Os libertados devem chegar esta tarde a Villavicencio, de onde serão imediatamente levados para Bogotá.


Desde 2008, a ex-senadora Córdoba fez a mediação da libertação de 20 reféns políticos, policiais e militares, que eram mantidos pelas Farc como moeda de troca por seu guerrilheiros presos.

Villavicencio exibiu nesta segunda-feira enormes retratos dos policiais e militares sequestrados. "Comemoramos a volta à vida e a liberdade de nossos heróis", podia ser lido em um dos cartazes.

Na cidade estão a guatemalteca Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz, a ativista mexicana pelos direitos Humanos Margarita Zapata e a argentina Mirta Acuña, fundadora das Mães da Praça de Maio, todas convidadas pelo grupo Colombianos e Colombianas pela Paz.

"Vim acompanhar este processo como um ato que ajude a paz na Colômbia e seu povo. A América do Sul sofre com muitos conflitos internos. Nós solidarizamos com nossos irmãos", disse Menchú à AFP.

As Farc são a principal guerrilha da Colômbia com cerca de 9.000 combatentes e quase meio século de luta armada, segundo cálculos oficiais.

Recentemente, as Farc, que prometeram acabar com o sequestro de civis, iniciaram um diálogo com o governo do presidente Juan Manuel Santos.

O mandatário exige da guerrilha o fim dos sequestros, dos atentados e o recrutamento de menores.

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