Economia

Milei diz estar cumprindo promessa de promover revolução do livre mercado na Argentina

Com dois meses no comando da terceira maior economia da América Latina, Milei já enfrenta oposição nas ruas e no Congresso

Milei diz que não recuará com sua promessa de sacudir a economia argentina, apesar das consequências econômicas negativas (Luis Robayo/AFP)

Milei diz que não recuará com sua promessa de sacudir a economia argentina, apesar das consequências econômicas negativas (Luis Robayo/AFP)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 12h50.

O presidente da Argentina, Javier Milei, diz estar trazendo uma revolução de livre mercado para a economia da Argentina, cortando milhares de empregos estatais e reduzindo a regulamentação em todos os segmentos da sociedade, desde divórcios até regras para o preço do leite.

Com dois meses no comando da terceira maior economia da América Latina, Milei já enfrenta oposição nas ruas e no Congresso, onde algumas de suas reformas já foram paralisadas. A taxa de inflação no seu governo se transformou na mais alta do mundo, ultrapassando a da Venezuela.

Milei diz que não recuará com sua promessa de sacudir a economia argentina, apesar das consequências econômicas negativas de curto prazo que as medidas devem trazer. O chefe do Executivo argentino informou que a inflação, em 211%, está próxima de atingir seu pico e deve ficar controlada dentro de dois anos. "O banco central adicionou $ 5 bilhões no último mês às suas reservas de moeda estrangeira, uma vez esgotadas”, afirmou.

No cotidiano da Argentina, houve piora em alguns indicadores, algo já previsto por Milei. No último mês o peso desvalorizou mais de 50% e a inflação disparou. A diferença entre a taxa de câmbio oficial e a do mercado negro, usada pela maioria dos argentinos, começou a aumentar novamente. Isso aumenta a possibilidade de mais desvalorizações do câmbio, o que economistas apontam como fator capaz de intensificar a inflação.

Apesar das dificuldades, Milei continua popular, com 58% de apoio, segundo o instituto de pesquisa local Poliarquía. Uma pesquisa da Opinaia mostrou que 70% dos argentinos apoiam seus planos de cortar gastos públicos em um país acostumado a subsídios generosos de transporte e eletricidade.

Ainda assim, seu apoio caiu nove pontos porcentuais entre dezembro e janeiro, segundo uma pesquisa da Poliarquía, à medida que os preços dos combustíveis dobraram e o custo dos alimentos disparou 30%. O apoio pode erodir ainda mais, segundo analistas políticos.

O Instituto de Finanças Internacionais, uma associação de empresas financeiras globais, prevê que a economia encolherá 7 8% no primeiro trimestre e que a inflação anual subirá para cerca de 300% até meados do ano.

Quanto às promessas, Milei disse que seguirá em frente com planos de privatizar empresas estatais. "O que eu puder vender primeiro, eu venderei". Contudo, ele acrescentou que vender a participação majoritária da Argentina na empresa estatal de energia YPF, expropriada em 2012, não é mais uma prioridade porque "acarretaria uma grande perda de valor para os argentinos.

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