Economia

México adia para 2023 início de acordo de livre comércio com Brasil

Acordo envolve comércio de veículos pesados e começaria a valer a partir de julho

Fábrica de caminhões, em São Bernardo do Campo: acordo envolve veículos pesados (Germano Lüders/Exame)

Fábrica de caminhões, em São Bernardo do Campo: acordo envolve veículos pesados (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 25 de junho de 2020 às 15h28.

Última atualização em 25 de junho de 2020 às 17h13.

O início de um acordo de livre comércio entre o México e o Brasil envolvendo caminhões, ônibus e suas autopeças foi adiado em três anos, informaram o Ministério da Economia do México e o governo brasileiro nesta quinta-feira.

A declaração do governo mexicano mencionou o coronavírus, mas não estabeleceu, explicitamente, uma relação com a pandemia pelo atraso no início do acordo. O pacto estava previsto para começar em 1º de julho de 2020, mas foi adiado para julho de 2023, informou o ministério.

O Ministério da Economia do Brasil, porém, citou a pandemia em nota, mencionando que a decisão pelo adiamento ocorreu "em meio a uma conjuntura econômica mundial complexa em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19)" e que ambos os países têm compromisso em "ampliar e fortalecer o comércio bilateral".

Segundo a pasta, o comércio de veículos pesados será desgravado progressivamente, sendo a margem de preferência de 20% a partir de 1º de julho ou da data de sua entrada em vigor. Um ano depois o percentual sobe para 40%, passando a 70% em 2022 e alcançando a liberalização total em 1º de julho de 2023.

No caso das autopeças de caminhões e ônibus, o livre comércio terá início imediato, já a partir de 1º de julho deste ano.

O México é o terceiro parceiro comercial do Brasil no setor automotivo, superado apenas por Argentina e Estados Unidos. Em 2019, a corrente de comércio de produtos automotivos entre os dois países registrou 3,8 bilhões de dólares, com exportações no valor de 1,8 bilhão e importações no valor de 1,9 bilhão, informou o ministério.

O Brasil é mais competitivo em caminhões que o México, mantendo fábricas de grandes grupos no segmento como o Volkswagen, Mercedes-Benz e Volvo.

Em 2019, o Brasil produziu 113,5 mil caminhões, um crescimento de 7,5% sobre 2018, com 101,3 mil deles sendo destinados ao mercado interno. As exportações do segmento recuaram 45% em 2019, afetadas em parte pela crise na Argentina, um dos principais compradores de veículos do país.

Para este ano, a perspectiva da associação de fabricantes de veículos Anfavea é de queda de 36% nas vendas de caminhões novos no Brasil, para 65 mil unidades.

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