Mesmo com cortes, Brasil tem o terceiro maior juro real do mundo
A conclusão é de um estudo realizado a cada reunião pelo site MoneYou e pela Infinity Asset Management com 40 economias
João Pedro Caleiro
Publicado em 6 de setembro de 2017 às 18h00.
Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 18h44.
São Paulo - O Copom decidiu hoje fazer o quarto corte consecutivo de um ponto percentual na Selic , que foi de 9,25% para 8,25%.
Com isso, o Brasil segue no terceiro lugar mundial em juros reais (juros nominais menos inflação).
A conclusão é de um estudo realizado a cada reunião pelo site MoneYou com a Infinity Asset Management com 40 economias.
O Brasil tem juros reais de 3,29%, perdendo apenas para Rússia (4,32%) e Turquia (4,02%). Em quarto lugar está a Colômbia (1,89%) e logo em seguida, em quinto lugar, está a China com 1,87%.
Nos últimos lugares do ranking estão países com juros reais negativos como Áustria (-2,22%), Reino Unido (-2,29%) e Bélgica (-2,32%). A média geral é -0,24%.
Em relação ao ranking anterior, 78% dos países optaram por manter os juros, enquanto 22% optaram pelo corte e nenhum optou pela elevação.
A Venezuela foi excluída por falta de dados confiáveis e a Nova Zelândia foi incluída recentemente por sua importância regional.
Metodologia
Vale lembra que a metodologia do estudo foi modificada recentemente após discussões com o Banco Central.
O ranking passou a adotar a taxa de juros referencial do dia, como o Swap DI Pré de 1 Ano, por considerar que ela exprime melhor os juros de uma operação real de mercado do que o referencial das taxas nominais aplicadas pela Selic.
Além disso, o ranking abandonou o uso da inflação passada dos últimos 12 meses (ex post) e passou a usar a inflação projetada para os 12 meses seguintes (ex ante).
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, vinha enfatizando que a medida ex-ante era mais adequada pois é a que mais influencia as decisões econômicas. A mudança no método favorece países onde a inflação está em queda livre.
Veja a taxa de juros reais (juro atual menos inflação dos próximos 12 meses) das 40 economias analisadas:
País | Juros reais ex-ante | |
---|---|---|
1 | Rússia | 4,32% |
2 | Turquia | 4,02% |
3 | Brasil | 3,29% |
4 | Colômbia | 1,89% |
5 | China | 1,87% |
6 | Argentina | 1,48% |
7 | México | 1,45% |
8 | Indonésia | 1,41% |
9 | Índia | 1,19% |
10 | África do Sul | 0,72% |
11 | Tailândia | 0,53% |
12 | Cingapura | 0,24% |
13 | Nova Zelândia | 0,24% |
14 | Filipinas | -0,12% |
15 | Polônia | -0,13% |
16 | Canadá | -0,15% |
17 | Austrália | -0,17% |
18 | Malásia | -0,20% |
19 | Chile | -0,29% |
20 | Israel | -0,50% |
21 | Japão | -0,50% |
22 | Taiwan | -0,59% |
23 | Hong Kong | -0,83% |
24 | Coreia do Sul | -0,93% |
25 | Suíça | -1,15% |
26 | Dinamarca | -1,16% |
27 | Estados Unidos | -1,19% |
28 | Grécia | -1,45% |
29 | França | -1,45% |
30 | Holanda | -1,45% |
31 | República Tcheca | -1,58% |
32 | Itália | -1,64% |
33 | Portugal | -1,74% |
34 | Alemanha | -1,93% |
35 | Suécia | -2,11% |
36 | Espanha | -2,12% |
37 | Hungria | -2,13% |
38 | Áustria | -2,22% |
39 | Reino Unido | -2,29% |
40 | Bélgica | -2,32% |
Média geral | -0,24% |