Economia

Merkel: não haverá "troika" para Espanha e Itália

A chanceler alemã disse que a tríade formada por FMI, BCE e CE não aparece nas regras para recapitalização dos bancos nesses países

A chanceler alemã, Angela Merkel: se esses países vão fazer uma solicitação, eu não posso responder (John Thys/AFP)

A chanceler alemã, Angela Merkel: se esses países vão fazer uma solicitação, eu não posso responder (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 13h11.

Bruxelas - A chanceler alemã, Angela Merkel, assegurou nesta sexta-feira que não haverá nenhuma troika para a Espanha e Itália se os dois países solicitarem a intervenção dos fundos de resgate nos mercados de dívida ou a recapitalização direta dos bancos, acordos adotados pelos líderes da zona do euro.

Merkel afirmou que a 'troika', formada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia (BCE), não aparece nas regras para a recapitalização dos bancos nem para as operações nos mercados primário e secundário.

O acordo prevê somente a participação da Comissão Europeia e do BCE. 'Se esses países vão fazer uma solicitação eu não posso responder, isso não foi afirmado ontem', explicou.

O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) também podem garantir uma parte da dívida soberana para gerar confiança nos bônus, como foi acertado quando se ampliou o fundo temporário, lembrou.

Merkel indicou que não há diferença substancial se um fundo ou outro for usado para intervir mercados de dívida, só que agora servirão como base do memorando de entendimento as recomendações específicas por país, com um calendário estrito para sua implementação, porque isso significa que a Comissão Europeia já analisou exaustivamente o país afetado.

A chanceler não quis falar de pressões por parte do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, e do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, porque 'a pressão é a dos mercados financeiros e isso é indiscutível'.

'Por isso alguns países estão em situação muito complicada, porque os altos juros não somente são para a dívida soberana, mas também para a economia afetada, e isso é uma preocupação. Existia interesse em encontrar soluções', recalcou Merkel.

A chanceler alemã explicou que havia um 'grupo de países que não queria eliminar sob nenhuma circunstância de maneira generalizada o status de credor preferente' do MEDE, e por isso os líderes da eurozona deixaram claro que essa circunstância só se aplicará ao caso espanhol.

O fato de que se possa recapitalizar diretamente os bancos não significa um aumento dos recursos do MEDE, porque simplesmente os fundos serão transferidos diretamente para as instituições, sem passar pelo Estado.

'Isso só pode ser feito com a existência de um supervisor bom, confiável e eficaz, que assuma as funções que agora são do Estado, e eu confio no BCE, porque é independente e porque tem interesse em ter bancos saudáveis', disse Merkel. EFE

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