Economia

Mercado de commodities registra alta com crise na Ucrânia

Níquel foi o destaque entre os produtos em alta, com o maior preço registrado em dois anos


	Arroz: grande parte das commodities registrou alta nesta semana em que os investidores estiveram atentos às tensões na Ucrânia
 (AFP/Arquivos)

Arroz: grande parte das commodities registrou alta nesta semana em que os investidores estiveram atentos às tensões na Ucrânia (AFP/Arquivos)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 18h03.

Grande parte das commodities registrou alta nesta semana em que os investidores estiveram atentos às tensões na Ucrânia. O níquel foi o destaque entre os produtos em alta, com o maior preço registrado em dois anos.

Nesta semana, o mercado de petróleo ficou conturbado devido aos riscos de desabastecimento na Ucrânia e por uma demanda por petróleo cru mais aquecida nos Estados Unidos.

No entanto, a semana terminou mais estável, com o Brent do Mar do Norte com entrega em junho batendo os 108,09 dólares o barril, em baixa na comparação com os 108,71 dólares registrados na semana passada.

Na New York Mercantile Exchange, o petróleo light sweet crude para junho teve alta, sendo vendido a 100,70 o barril, enquanto na semana anterior o preço era de 99,93 dólares.

Entre as commodities em alta, o níquel foi o produto com maior destaque, com cotação nesta sexta-feira de 20,5 dólares a tonelada, a maior registrada desde fevereiro de 2012, após a interrupção da exploração na Nova Caledônia.

"Uma tempestade parece ter chegado ao mercado de níquel," disse Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.

"Além da proibição da exportação deste minério na Indonésia e da incerteza relativa às sanções contra os russos, foram as notícias da Nova Caledônia que movimentaram o mercado do níquel", opinou o analista.

Fristch também aponta para a redução na oferta da mineradora brasileira, Vale: "A Vale, segunda maior produtora de níquel, teve que interromper a produção do metal no complexo conhecido como Goro, após um derramamento de ácido", explicou. A instalação com capacidade de 60 mil toneladas por ano é uma das maiores minas de níquel do mundo.

Entre os metais preciosos, o ouro e a prata também tiveram alta nesta semana. O ouro chegou a 1.315,70 dólares na última segunda-feira, antes de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, buscar uma saída para a escalada das tensões.

Soft commodities em queda

Enquanto o petróleo e os metais fecharam a semana em alta, entre as softs commodities observou-se o movimento contrário, com redução dos preços. As cotações do açúcar e do café sofreram uma queda que só não foi maior porque os mercados esperam uma contração da oferta brasileira.

O preço do açúcar registrou queda, mas maiores perdas foram evitadas com as preocupações com as safras brasileiras, que devem contrabalançar o excesso de oferta no mercado.

Nesta sexta-feira, na LIFFE, bolsa de futuros de Londres, o preço da tonelada de açúcar refinado para entrega em agosto caiu para os 467,80 dólares, em comparação com os 476,30 dólares da semana passada. No ICE Futures, dos Estados Unidos, o açúcar não refinado foi cotado a 17,17 centavos de dólar por peso de libra, em queda na comparação com os 17,79 centavos da semana passada.

A produção brasileira também preocupa o mercado de café.

"A situação relativa aos danos (pela seca) nas safras de café não mudou. No entanto, o mercado está um pouco pessimista e vamos passar por um período de preços fracos", afirmou o analista da Citi Sterling Smith.

No ICE Futures, o café de tipo arábica for com entrega julho caiu para os 192,45 centavos de dólar por peso de libra, enquanto na semana anterior a cotação fechou 204,65 centavos. Na LIFFE, o robusta para julho caiu dos 2,163 dólares a tonelada para 2,124 dólares. Os preços do cacau e da borracha também sofreram queda nesta semana.

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesEnergiaPetróleoUcrânia

Mais de Economia

Tributação de FII e Fiagros está na pauta da reforma tributária; frentes prometem reação

Campos Neto responde a Lula: é necessário afastar a 'narrativa' de que o BC tem sido político

Haddad: alta do dólar é problema de comunicação do governo sobre autonomia do BC e arcabouço

Reforma Tributária: governo faz as contas para evitar que isenção para carnes aumente imposto

Mais na Exame