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Mercado anseia pelo impeachment definitivo de Dilma

Os investidores querem um governo que não seja interino, diz especialista

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Executivo reza: o mercado quer “o teste de São Tomé”, diz especialista (Creatas Images/Thinkstock)

Executivo reza: o mercado quer “o teste de São Tomé”, diz especialista (Creatas Images/Thinkstock)

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Josué Leonel

Publicado em 5 de julho de 2016 às, 16h45.

A votação definitiva do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, esperada para agosto, deve ser decisiva para o mercado apostar, ou não, em ganhos adicionais para os ativos brasileiros.

Só quando Michel Temer deixar de ser presidente interino o investidor saberá qual o verdadeiro poder e disposição do novo governo em tocar as reformas necessárias para recuperar a economia.

Antes de o Senado afastar Dilma em definitivo, dificilmente avançarão medidas de maior impacto fiscal, como a reforma da Previdência e a fixação do teto de gastos, pois medidas impopulares dependem de um governo com forte apoio no Congresso.

Por isso, os investimentos, sobretudo os de longo prazo, devem ficar em compasso de espera.

Embora as chances de retorno da presidente afastada sejam consideradas muito baixas, o mercado quer “o teste de São Tomé”, diz Rodrigo Borges, chefe de renda fixa na Franklin Templeton Invest Brasil. “Os investidores querem um governo que não seja interino.”

A forte queda do risco Brasil, de mais de 500 pontos no início do ano para cerca de 320 atualmente, foi um sinal de que o mercado deu o “benefício da dúvida” ao novo governo.

A indicação de nomes de peso para a equipe econômica e comandos das principais estatais por Temer ajudou a assegurar a confiança dos investidores, apesar do noticiário ainda negativo sobre contas públicas e das turbulências políticas. “A equipe é comprometida com o ajuste fiscal”, afirma Borges.

Definido o impeachment, e sem maiores turbulências no cenário externo, o mercado brasileiro pode ter ganhos adicionais, segundo o executivo da Templeton.

A bolsa, normalmente mais sensível à expansão da economia, seria o segmento com maior espaço para andar com a expectativa de fim da recessão.

Quanto ao dólar, a queda dos últimos meses já repercutiu o afastamento temporário de Dilma e as perspectivas iniciais com o governo Temer. Porém, Borges não acredita que exista um “piso” para a moeda e vê condições para quedas adicionais se o impeachment passar definitivamente.

O dólar poderia até ficar abaixo de R$ 3,00, mas para isso, além de o impeachment passar e de o cenário externo o ajudar, é preciso que sejam aprovadas as reformas.

Borges lembra que não é apenas o real que tem se fortalecido recentemente.

A forte queda dos rendimentos dos títulos nos países desenvolvidos após a saída do Reino Unido da União Europeia favorece as moedas de países emergentes em geral, diz o executivo.

“As políticas monetárias dos principais BCs vão ficar frouxas por muito tempo.”

As taxas de juros podem ser o segmento de mercado com menor espaço para andar diante do compromisso do Banco Central em conter a inflação.

Rodrigo Borges diz que está mais conservador do que a média do mercado em relação à possibilidade de corte da Selic e só espera reduções entre o final de 2016 e o início de 2017.

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