Economia

Mensalidades escolares ajudam a reduzir inflação dos mais ricos

Os preços para a parcela mais rica da população sofreram um recuo mais expressivo no ritmo de crescimento no mês passado

Inflação: a alta de preços das famílias mais pobres foi de apenas 0,08% em fevereiro (Getty/Getty Images)

Inflação: a alta de preços das famílias mais pobres foi de apenas 0,08% em fevereiro (Getty/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de março de 2018 às 18h02.

Rio - A inflação das famílias de baixa renda continuou abaixo da variação de preços das famílias com renda mais alta no mês de fevereiro, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira. Mas os preços para a parcela mais rica da população sofreram um recuo mais expressivo no ritmo de crescimento no mês passado, se comparado ao mesmo mês de 2017, puxado pelas mensalidades escolares.

Segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, a alta de preços das famílias mais pobres foi de apenas 0,08% em fevereiro, contra 0,09% em fevereiro de 2017, enquanto a inflação das famílias mais ricas subiu 0,66%, contra 0,78% em fevereiro do ano passado.

"O reajuste das mensalidades escolares, ocorrido em fevereiro, impacta mais fortemente os mais ricos, pois a maioria dos alunos matriculados na rede privada de ensino pertence a essa faixa de renda", explicou em uma nota Maria Andreia Lameiras, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea e autora do estudo.

Os reajustes das mensalidades escolares em 2018 (7%, em média, nos ensinos infantil, fundamental e médio) ficaram cerca de dois pontos porcentuais abaixo do registrado no ano passado, informou o Ipea. Com esses resultados, nos dois primeiros meses de 2018 a inflação das famílias de renda menor correspondeu a quase um terço da registrada na classe de renda mais alta, informou o instituto.

Entre as famílias de renda muito baixa, a inflação recuou entre os dois primeiros meses do ano - havia sido de 0,23% em janeiro -, puxada pela redução de preços dos alimentos.

"Desde o início de 2017, estamos com um comportamento muito favorável para o grupo alimentício. E como os mais pobres dedicam uma parcela maior de sua renda para esse o grupo, o impacto nessa faixa é maior", afirma Lameiras.

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Acompanhe tudo sobre:EscolasInflaçãoPobrezaPreçosRiqueza

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega