Meirelles sob pressão
A sucessão de notícias ruins na economia continuou nesta sexta-feira. Ontem, o IBGE divulgou que o PIB do terceiro trimestre recuou 0,8% em relação ao período anterior. Em quatro trimestres, o tombo é de 4,4%. Para piorar, indicadores essenciais para sair do atoleiro, como a taxa de investimentos, continuam em queda – foram menos 13,5% no […]
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 17h26.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.
A sucessão de notícias ruins na economia continuou nesta sexta-feira. Ontem, o IBGE divulgou que o PIB do terceiro trimestre recuou 0,8% em relação ao período anterior. Em quatro trimestres, o tombo é de 4,4%. Para piorar, indicadores essenciais para sair do atoleiro, como a taxa de investimentos, continuam em queda – foram menos 13,5% no último trimestre. Hoje, o IBGE informou que a produção industrial recuou 1,1% em outubro na comparação com setembro, somando um tombo de 8,4% em 12 meses. Em relação a junho de 2013, a queda é de impressionantes 21,6%.
Em setembro, a produção havia crescido 0,5%, no que parecia ser o início de uma retomada. Não era. “Chama a atenção o espalhamento da queda na produção industrial. São 20 dos 24 setores com resultado negativo, afirmou Andre Macedo, coordenador da pesquisa pelo IBGE. Ele ainda relembrou a tenebrosa combinação de fatores que joga a indústria (e a economia) para baixo: desemprego alto, inflação ainda elevada, alta inadimplência, crédito caro e restrito.
Com tudo isso na conta, aumenta a pressão em cima da equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A economista Monica de Bolle, colunista de EXAME Hoje, cobrou hoje maior ousadia do Banco Central na redução dos juros, que segundo ela vem sendo feita “a conta-gotas ante o estado de calamidade da economia brasileira”. Na quarta-feira, o BC anunciou corte de 0,25 ponto na taxa de juros, para 13,75%. Hoje, o jornal Folha de S.Paulo revelou que os resultados decepcionantes provocaram uma chuva de queixas ao presidente Michel Temer. A cobrança é por mais “criatividade” na busca de medidas que retomem o crescimento. Não que a classe política esteja ajudando.