Mercado de blindados começa a amadurecer

O mercado de blindagem no Brasil começa a mostrar sinais de amadurecimento. Depois do boom no número de carros de passeio blindados, que colocou o país como o maior produtor mundial há quatro anos, o setor deve voltar a crescer mas, a partir de agora, a taxas de apenas um dígito. (Clique aqui para ver a evolução da produção) . Para 2004, a projeção da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) é de um crescimento de 5% no número de veículos blindados.

Segundo o presidente da associação e sócio da G5 Blindagens Especiais, Franco Giaffone, o resultado do segundo semestre de 2003, que fechou com uma redução de 24,5% na produção, é que permite uma projeção positiva para esse ano. "O segundo semestre do ano passado teve um resultado melhor do que o primeiro, quando a produção caiu 39%", afirmou.

Giaffone lembra que, no fim da década de 90, quando as blindadoras e as fábricas de vidros estavam se instalando no Brasil, a procura era muito maior que a oferta. "Havia uma demanda reprimida", diz.

Para Giaffone, a instabilidade política de 2002 e o desaquecimento da economia em 2003 foram os principais motivos para a queda na produção de blindados. "O blindado continua sendo para um consumidor específico que, apesar do poder aquisitivo, é sensível às mudanças na economia", disse.

Na grande maioria dos casos, a blindagem dobra o custo do veículo. Hoje, os modelos mais blindados são o Corolla (Toyota), o Golf (Volskwagen), o A3 (Audi), a Pajero (Mitsubishi) e o Omega (Chevrolet), geralmente usado por executivos.

A desaceleração do crescimento da demanda e fiscalização efetiva do Exército Brasileiro, responsável pela regulamentação da produção à venda dos blindados, provocará um ajuste no número de empresas no setor. Calcula-se que existam 63 blindadoras, 30 fábricas de vidros blindados e 100 estabelecimentos comerciais vendendo sem os documentos exigidos pelo Exército. "A maioria das empresas opera com alguma irregularidade", disse.