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Mantega sai com pelo menos uma missão cumprida, diz FT

Ex-ministro passou anos criticando a "guerra cambial" dos países ricos contra os emergentes - até que a desvalorização do real finalmente aconteceu

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sorri (Fabio Rodrigues Pozzebom/EXAME.com)

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 14h23.

São Paulo - O agora ex-ministro da Fazenda Guido Mantega sai do governo em meio a ressentimentos e números em decadência, mas pelo menos pode considerar ganha uma de suas batalhas: a de desvalorizar o real.

"O homem reconhecido por ter tornado o termo 'guerra cambial' seu próprio parece ter ganho a batalha para enfraquecer a moeda brasileira diante de uma onde de dinheiro estrangeiro quente e especulativo", diz Joe Leahy, do Financial Times , em post no blog Beyond Brics.

Mantega começou em 2010 a usar o termo "guerra cambial" para criticar países ricos que promoviam expansão monetária para depreciar suas moedas e assim promover suas exportações em um cenário de crise global.

Ele dizia que muitos destes recursos migravam para países emergentes como o Brasil, que acabavam vendo suas moedas serem valorizadas e perdiam assim competitividade.

A insistência do ministro em levantar o tema ficou notória e foi discutida amplamente na mídia internacional. Só que de um ano para cá, o movimento se inverteu: o real está agora por volta dos R$ 2,70 e há quem aposte em um valor de R$ 3,20 até o fim do ano.

A dúvida é não só se a guerra cambial foi "ganha", e até que ponto, mas também se essa vitória vai levar, afinal, a um aumento da competitividade e das exportações brasileiras após um 2014 que teve o pior déficit comercial do país desde 1998.

O Financial Times conclui dizendo que Mantega pelo menos tem agora "o tempo livre para tirar vantagem do real forte e ir para Nova York fazer umas compras. Mas é melhor fazer isso logo, antes que seu sucessor determinado, Joaquim Levy, e seu time terminem o trabalho para ele".

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"O homem reconhecido por ter tornado o termo 'guerra cambial' seu próprio parece ter ganho a batalha para enfraquecer a moeda brasileira diante de uma onde de dinheiro estrangeiro quente e especulativo", diz Joe Leahy, do Financial Times , em post no blog Beyond Brics.

Mantega começou em 2010 a usar o termo "guerra cambial" para criticar países ricos que promoviam expansão monetária para depreciar suas moedas e assim promover suas exportações em um cenário de crise global.

Ele dizia que muitos destes recursos migravam para países emergentes como o Brasil, que acabavam vendo suas moedas serem valorizadas e perdiam assim competitividade.

A insistência do ministro em levantar o tema ficou notória e foi discutida amplamente na mídia internacional. Só que de um ano para cá, o movimento se inverteu: o real está agora por volta dos R$ 2,70 e há quem aposte em um valor de R$ 3,20 até o fim do ano.

A dúvida é não só se a guerra cambial foi "ganha", e até que ponto, mas também se essa vitória vai levar, afinal, a um aumento da competitividade e das exportações brasileiras após um 2014 que teve o pior déficit comercial do país desde 1998.

O Financial Times conclui dizendo que Mantega pelo menos tem agora "o tempo livre para tirar vantagem do real forte e ir para Nova York fazer umas compras. Mas é melhor fazer isso logo, antes que seu sucessor determinado, Joaquim Levy, e seu time terminem o trabalho para ele".

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