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Mantega: medidas do Fed estimulam guerra de divisas

O valor do dólar frente ao real tem se depreciado desde a última semana, quando o Fed anunciou que comprará US$ 40 bilhões ao mês em títulos hipotecários

Guido Mantega: "O Banco Central comprará mais reservas se houver uma oferta de dólares muito forte na economia brasileira", disse o ministro (Wilson Dias/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2012 às 13h16.

Brasília - O Brasil está disposto a comprar mais dólares para manter o real desvalorizado, disse hoje (21) o ministro da Fazenda, Guido Mantega . Segundo ele, o governo pretende evitar uma apreciação da moeda brasileira provocada pela política de estímulo monetário dos Estados Unidos, reiterando o risco de uma "guerra de divisas". Mantega deu as declarações em Londres, durante uma conferência organizada pela revista The Economist.

O valor do dólar frente ao real tem se depreciado desde a última semana, quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) anunciou que comprará US$ 40 bilhões ao mês em títulos hipotecários até que a situação do emprego melhore no país.

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Segundo Mantega, "é natural que os países se defendam dessas atitudes, que não trazem necessariamente benefícios diretos nem vão recuperar os mercados locais, mas que vão estimular a guerra de divisas porque vão levar outros países a fazê-la".

Na segunda-feira, o Banco Central brasileiro interveio no mercado de câmbio, adquirindo US$ 2,1 bilhões (R$ 4,2 bilhões) no mercado de futuros para tentar conter a alta do real face à moeda norte-americana. Até o último dia 14, o saldo da entrada e saída de dólares do país, fluxo cambial, ficou positivo em US$ 460 milhões.

"O Banco Central comprará mais reservas se houver uma oferta de dólares muito forte na economia brasileira. Atuaremos também no mercado de derivados", afirmou Mantega. O ministro disse que as autoridades brasileiras estão atentas e que adotarão as "medidas necessárias" para proteger as exportações. "Não permitiremos que a nossa economia perca competitividade, sobretudo a indústria", destacou.

Mantega disse ter receio que a política dos EUA aumente o risco de mais países tomarem parte em uma "guerra de divisas" para combater a desvalorização do dólar. "A resposta imediata ao estímulo monetário dos EUA é o estímulo monetário japonês, porque o Japão já reagiu e adotará medidas para tentar desvalorizar o iene em relação a outras divisas", comentou.

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