Economia

Mantega diz que melhora na Europa ajudará emergentes

No entanto, segundo o ministro, é preciso ver se a economia europeia crescerá nos próximos trimestres para poder dizer se a crise, de fato, passou


	Mantega: em relação à desvalorização do real, Mantega disse que isso ocorre porque os juros do Tesouro dos Estados Unidos estão subindo
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Mantega: em relação à desvalorização do real, Mantega disse que isso ocorre porque os juros do Tesouro dos Estados Unidos estão subindo (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 14h40.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez nesta segunda-feira uma avaliação positiva sobre a economia da Europa neste segundo semestre e disse que essa melhora ajudará os emergentes, grupo de países em que se encontra o Brasil. Mantega participa, em São Paulo, de reunião-almoço organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

De acordo com ele, é preciso ver se a economia europeia crescerá nos próximos trimestres para poder dizer se a crise, de fato, passou. "Mas estamos vendo uma luz no fim do túnel para a economia europeia", disse. Em relação à desvalorização do real, Mantega disse que isso ocorre porque os juros do Tesouro dos Estados Unidos estão subindo e isso faz com que os recursos procurem o mercado dos EUA.

Questão cambial

Mantega afirmou que, embora o real esteja entre as moedas que mais se depreciaram recentemente, o Brasil "não perdeu nenhum tostão" das reservas internacionais. "Mas a desvalorização desta forma não é positiva para ninguém", destacou, referindo-se ao movimento excessivo de enfraquecimento do real ante o dólar. Desde 26 de abril, o câmbio registra uma depreciação nominal próxima de 20%.

Segundo o ministro da Fazenda, dependendo da duração do quadro cambial de desvalorização, isso poderá trazer efeitos sobre os preços. Contudo, ele ponderou que esse fenômeno de repasse do câmbio para a economia depende da realidade de cada país. Ele qualificou como uma "minicrise" o movimento de fluxo de capitais de nações emergentes para os EUA. "Temos mais reservas e menor dívida pública do que em 2008", destacou.

"No Brasil, não está ocorrendo saída de capitais. Melhoramos a conta financeira, que de janeiro a julho de 2013 somou US$ 58,9 bilhões", afirmou. "Essa conta financeira vai ajudar a fechar as contas correntes neste ano", disse, ressaltando que há a estimativa de um déficit de transações correntes de US$ 75 bilhões para este ano, enquanto a conta financeira apresentaria um montante de US$ 83 bilhões.

Mercado futuro

Mantega afirmou que o câmbio no País está sendo mais sensível ao movimento de fluxo de capitais de mercados emergentes para os EUA porque tem um mercado aberto que apresenta "mais liquidez e segurança", disse. "Não é que ninguém está desconfiando do País. A peculiaridade da crise no Brasil é que nos afeta no mercado de derivativos e não no spot", disse. "Nossa ação é no mercado futuro, no qual ocorre a pressão de valorização do dólar", completou.

Conforme o ministro, os países emergentes já perderam cerca de US$ 150 bilhões em reservas cambiais, sendo que no caso do Brasil não foi perdido "um único tostão." Mantega destacou que as condições externas devem melhorar no curto prazo, pois ponderou que "a conta petróleo e o comércio internacional "devem melhorar nos próximos meses. "O Brasil foi o terceiro maior receptor de IED do mundo em 2012, após EUA e China", comentou. "E neste ano deveremos estar repetindo esta situação", ponderou.

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