Economia

Mantega admite que desonerações chegaram ao fim

O ministro da Fazenda foi foi categórico: não há mais espaço orçamentário para nenhum novo corte de impostos


	Guido Mantega: a decisão de congelar as desonerações ocorre no momento em que o Congresso tem ampliado renúncias fiscais, enquanto o governo trabalha para mais um corte no Orçamento
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Guido Mantega: a decisão de congelar as desonerações ocorre no momento em que o Congresso tem ampliado renúncias fiscais, enquanto o governo trabalha para mais um corte no Orçamento (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 09h17.

Brasília - Em busca do cumprimento do esforço fiscal, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi categórico: não há mais espaço orçamentário para nenhum novo corte de impostos.

Em entrevista exclusiva ao jornal "O Estado de S.Paulo", ele avisou que as desonerações, após dois anos e meio figurando como principal mote da política econômica do governo Dilma Rousseff, "pararam".

"Não serão feitas novas desonerações. É isso que não dá para fazer mais. Primeiro, porque as que foram feitas são suficientes. E, segundo, porque não temos espaço fiscal", reconheceu o ministro.

A decisão de congelar as desonerações ocorre no momento em que o Congresso tem ampliado renúncias fiscais, enquanto o governo trabalha para fechar mais um corte de despesas do Orçamento para conseguir cumprir a meta fiscal de economizar 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013.

Segundo Mantega, o governo conseguiu manter sob controle as três principais despesas orçamentárias: previdência, folha de pagamentos dos servidores e pagamento de juros da dívida pública. "Estamos numa trajetória fiscal sólida. E sempre tentando fazer ajuste e cortes que não sejam em investimentos e programas sociais", afirmou.

Otimismo. O ministro deixou claro mais uma vez o otimismo com a economia no segundo semestre, principalmente depois que a inflação desacelerou em junho.


Mantega admitiu que a alta da inflação foi o "grande" problema para a economia no primeiros meses do ano, mas se transformou numa "boa noticia" para o segundo semestre. "Vinha caindo nos últimos meses e, agora, está chegando num patamar bastante razoável."

Com a inflação mais baixa, previu Mantega, haverá recomposição do poder aquisitivo do consumidor, aumento do consumo e das vendas do comércio. Esse movimento, associado à recuperação da renda salarial e menor inadimplência, deve garantir uma alta do crédito que ficou contido no primeiro semestre, prejudicando a retomada econômica.

Os bancos, relatou, se preparam para emprestar mais, depois de segurar os financiamentos na primeira metade do ano. Foi essa avaliação que recebeu de banqueiros privados em encontro recente.

A Petrobrás contribuirá com a balança comercial. Mantega, que preside o conselho de administração da estatal, afirmou que a empresa fez ajustes e paradas técnicas que reduziram a produção no primeiro semestre. Com isso, houve aumento das importações e queda nas exportações.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGoverno DilmaGuido MantegaImpostosLeãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação