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Magalu e Amazon estão interessadas na compra dos Correios, diz ministro

Segundo titular da pasta das Comunicações, Fábio Faria, DHL e FedEx também têm interesse no processo de privatização da estatal e compra dos correios

Correios: Magalu e Amazon estão entre os gigantes que travam uma corrida no comércio eletrônico brasileiro para reduzir os prazos de entrega de seus produtos e conquistar mais clientes (Leandro Fonseca/Exame)
AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 20h23.

Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 11h49.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta quarta-feira que há cinco empresas interessadas na privatização e compra dos Correios . Em transmissão ao vivo nas redes sociais, ele citou quatro: a varejista Magazine Luiza, o gigante americano do e-commerce Amazon e as empresas de logística estrangeiras DHL e FedEx.

"O importante é que já tem cinco players interessados. O Magalu é um deles, a Amazon, a DHL e FedEx. Já tem pessoas, grupos interessados na aquisição dos Correios, então isso é importante, porque não teremos um processo de privatização vazio."

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Magalu e Amazon estão entre os gigantes que travam uma corrida no comércio eletrônico brasileiro para reduzir os prazos de entrega de seus produtos e conquistar mais clientes.

O aumento das vendas no Rio de Janeiro estimularam inclusive a decisão do Magalu de abrir um centro de distribuição no estado neste ano e lojas físicas a partir do ano que vem.

Faria disse que o Congresso Nacional deve decidir como funcionaria o controle acionário e as obrigações da empresa que vier efetuar a compra dos Correios no processo de privatização.

"Tem empresas interessadas em ocupar esse espaço, e elas sabem que você recebe o bônus e o ônus também, mas é uma empresa saudável."

O ministro disse que pediu para que o tema ficasse sob sua responsabilidade no ministério e que conversará com líderes do Congresso e os presidentes da Câmara e do Senado para articular a tramitação do projeto de privatização.

Ministro cita greve em favor da privatização

Além disso, ressaltou que temas específicos, como a universalização dos serviços, também serão discutidos pelos parlamentares:

"Em relação à universalidade das entregas, entregar no interior da Amazônia, Rio Grande do Sul, outros estados, em relação a funcionários, quem for bom vai continuar, até porque a empresa tem de continuar, o debate disso é no Congresso Nacional."

O ministro usou a greve dos funcionários dos Correios como um argumento para a privatização. Faria criticou a paralisação em meio à pandemia e afirmou que isso não aconteceria em uma empresa privada.

"Eu nem entrei no mérito da greve, quem debateu isso foi o próprio presidente dos Correios. Acho que isso [ a greve ] foi muito ruim pra eles, porque é um momento em que todos precisam dar o melhor de si."

Venda da Oi

Na mesma transmissão, o ministro disse que conversou com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão responsável por avaliar a concorrência no mercado, para pedir “brevidade” na análise da venda da Oi.

Segundo o ministro, a resposta que recebeu do presidente do órgão, Alexandre Barreto, foi de que a análise da compra da Oi pela Tim, Vivo e Claro, demoraria porque teria de ser feita de estado por estado. A intenção do Cade é evitar problemas com a concorrência no setor.

"O presidente [ do Cade ] disse que as três têm penetração no país inteiro, tem de avaliar estado por estado e seria um pouco mais demorado, demoraria meses. Eu falei da nossa vontade de que isso fosse feito com maior brevidade possível até porque a Oi tem um resultado negativo anual e se demorar praticamente um ano, vai aumentar em 5 bilhões de reais a dívida da Oi no ano corrente."

Faria disse que “abriu diálogo” com Barreto, que manteve ideia de analisar estado por estado.

"Tenho conversado muito, ele é um bom presidente, mas disse, olha eu preciso ver estado por estado até para ver como vai ficar esse ponto, é muito ruim para gente se cada companhia ficar praticamente com um terço do mercado."

O ministro então relatou que o Cade vê com bons olhos se cada empresa ficar com uma fatia compatível ao seu tamanho.

"Se cada uma comprar dentro do seu tamanho e ela aumentar cada uma dentro do que ela tinha sem que seja uma coisa combinada entre elas, o Cade vê com bons olhos e eu já recebi o feedback que será feito dessa forma. A gente vai trabalhar junto com eles para que tenha mais clareza sobre isso."

Segundo o ministro, o governo não tem lado e seria um facilitador do negócio.

"Nós temos conversado com a própria Anatel, que é uma grande credora da Oi, também tem os bancos do governo que estão conversando e já estão vendo que a Oi tem capacidade no médio prazo de quitar essas dívidas."

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