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M. Jorge: EUA não deram 'sinal claro' de contraproposta

São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou hoje que os Estados Unidos ainda não deram um "sinal claro" de contraproposta relativa às medidas de retirada dos subsídios à exportação e produção do algodão, como definiu a Organização Mundial do Comércio (OMC). Nesta semana, o governo federal divulgou, em […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou hoje que os Estados Unidos ainda não deram um "sinal claro" de contraproposta relativa às medidas de retirada dos subsídios à exportação e produção do algodão, como definiu a Organização Mundial do Comércio (OMC). Nesta semana, o governo federal divulgou, em publicação no "Diário Oficial da União", 102 produtos norte-americanos que terão aumento no imposto de importação.

De acordo com o ministro, a retaliação do Brasil totaliza US$ 800 milhões, sendo US$ 500 milhões em mercadorias e US$ 300 milhões em serviços e propriedade intelectual. "Não acredito que os Estados Unidos tenham uma posição de não negociar. Não queremos a guerra comercial", afirmou. "Nós acreditamos na negociação. Morremos acreditando na negociação", ressaltou. O ministro disse que os Estados Unidos já entraram com medidas contra vários países na OMC e venceram algumas delas.

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"Não é possível ter um tribunal ou uma organização que você só siga quando você ganha. Isso vale para quando você ganha e perde. A decisão da OMC tem de valer quando eles perdem, pois vale quando eles ganham", afirmou. Segundo Miguel Jorge, há disposição do governo de Washington em negociar com o Brasil. Ele não acredita que a Casa Branca adote ações de contrarretaliação ao Brasil.

Miguel Jorge mencionou que o presidente norte-americano, Barack Obama, lançou recentemente um programa de incremento das exportações daquele país, que voltou a se tornar o principal parceiro comercial do Brasil nos dois primeiros meses deste ano. "O Brasil é um dos países alvo das exportações dos Estados Unidos. Se somos um parceiro importante, temos de resolver os problemas que estão atrapalhando as relações comerciais", ressaltou.

O ministro salientou a disposição de flexibilidade de negociação do governo brasileiro em relação às posições que a Casa Branca poderá adotar para retirar subsídios da exportação do algodão. Para o ministro, provavelmente os Estados Unidos ainda não fizeram uma contraproposta ao Brasil porque estariam esperando a publicação da lista de mercadorias, divulgada há alguns dias, e também dos detalhes que vão compor a retaliação cruzada, que pode ser divulgada pelo governo brasileiro na próxima semana.

Eximbank

Miguel Jorge afirmou que espera ver funcionando no segundo semestre deste ano o Eximbank do Brasil. Segundo ele, deve ocorrer uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em 15 dias, na qual serão definidos os detalhes de tal instituição de fomento ao comércio exterior. "Acredito que o Eximbank estará operando a plena capacidade no próximo ano", afirmou.

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