Lula defenderá em Washington direito ao uso pacífico da energia nuclear
EUA pretendem debater medidas globais para impedir que armas nucleares possam chegar a mãos de terroristas
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2010 às 23h39.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará para Washington no próximo domingo para participar da cúpula sobre segurança nuclear, onde defenderá o "direito" ao uso pacífico da energia atômica, informaram hoje fontes oficiais.
A cúpula foi convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com a intenção de debater medidas globais para impedir que armas ou componentes nucleares possam chegar a mãos de terroristas.
Nesse sentido, o porta-voz de Lula, Marcelo Baumbach, disse hoje em entrevista coletiva que o presidente considera que se trata de "uma preocupação relevante", mas que não pode interferir no uso da energia nuclear para fins pacíficos.
"A segurança nuclear deve estar vinculada à proteção física do material, mas não só para a prevenção do terrorismo, mas para a criação de um ambiente nacional, regional e global seguro, que facilite e fortaleça a promoção do uso pacífico da energia atômica, disse o porta-voz.
Segundo Baumbach, "é importante evitar que uma preocupação excessiva com o terrorismo nuclear prejudique o legítimo direito ao uso da energia nuclear com fins pacíficos".
O porta-voz também indicou que, do ponto de vista do Brasil, "a maneira mais eficaz de acabar com o risco do terrorismo nuclear é a eliminação total e irreversível de todos os arsenais atômicos que existem no mundo".
Baumbach expressou que Lula não deve pôr sobre a mesa a polêmica sobre o programa nuclear desenvolvido pelo Irã, mas que se o assunto for focalizado, reiterará sua opinião de que o Governo iraniano tem o mesmo "direito" que o Brasil de utilizar a energia nuclear com fins pacíficos.
"O Brasil tenta exercer uma influência moderada para que o Irã se sente à mesa de negociações e mantém um discurso a favor da conciliação de interesses", declarou.
O porta-voz disse que Lula chegará a Washington no domingo à noite e que na segunda-feira terá entrevistas com vários dos líderes que vão participar da cúpula, as quais ainda não foram definidas. Posteriormente, se ajustará ao programa da cúpula e voltará ao Brasil na terça-feira, uma vez terminado o encontro.