Presidente Lula discursa no encerramento da reunião da Comissão Econômica para Países da América Latina e Caribe (Cepal) (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Brasília - Em discurso de improviso na 33ª reunião da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a carga tributária do País, alegando que "quem tem carga tributária de 10% não tem Estado" e "o Estado não pode fazer absolutamente nada".
Lula ironizou lembrando o que chamou de "brigas apoteóticas" entre os ex-ministros da Fazenda do Brasil e da Argentina, Pedro Malan e Domingo Cavallo, respectivamente, querendo saber quem era mais amigo dos países ricos.
"O FMI (Fundo Monetário Internacional) mandava todo dia um agente aqui para dar palpite, funcionários do FMI, e essas pessoas achavam que faziam bem pros seus países. Eu penso que estamos construindo um mundo mais verdadeiro", desabafou Lula, avisando que "tem orgulho" da carga tributária do país hoje.
"Tem gente que se orgulha de dizer, 'olha, em meu país, a carga tributária é de apenas 9%, no meu país é apenas 10%'. Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer absolutamente nada", afirmou o presidente. "E estamos aí cheio de exemplos para a gente ver. É só percorrer o mundo para perceber que exatamente os Estados que têm as melhores políticas sociais são os que têm a carga tributária mais elevadas, vide Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Dinamarca."
Segundo Lula, os países que têm a carga tributária menor, "não têm condição de fazer absolutamente nada de política social, é só fazer um recorrido pela América do Sul."