EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2010 às 16h40.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta quinta-feira que haja um risco de a oferta não atender a demanda por produtos, o que aceleraria a inflação no país.
Lula disse que obviamente deve-se monitorar o assunto, mas ponderou que é possível atender a demanda também por meio da importação de bens. Nesta manhã, o Comitê de Política Monetária do Banco Central informou por meio da ata de sua última reunião que as perspectivas para a inflação no Brasil se deterioraram e os riscos são essencialmente internos, sugerindo manutenção do movimento de alta da taxa de juros.
"Acho que o Brasil ainda tem espaço para crescer", disse o presidente a jornalistas depois de participar de reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.
Perguntado se havia preocupação com a possibilidade de a oferta não acompanhar o ritmo do crescimento da demanda, Lula afirmou que essa não é uma "verdade absoluta".
"Não quero que o Brasil fique crescendo em efeito sanfona. Se a gente crescer 5 por cento ou 6 por cento durante vários anos de forma sustentável, esse país estará sendo vítima de uma revolução extraordinária."
Gastos públicos
Poucos dias depois de ter sancionado um reajuste maior do que o governo previa inicialmente para os aposentados que recebem mais de um salário mínimo, Lula assegurou que a temporada de aumento de salários de servidores públicos acabou.
Segundo ele, só os acordos que foram fechados em 2008 e estão pendentes serão cumpridos.
"Acabou este ano a questão dos aumentos... as pessoas terão que esperar o novo governo chegar porque eu não posso comprometer o Orçamento do governo que vem", destacou.
Ele disse ainda que não apoiará projetos de lei que aumentem os gastos públicos de forma irresponsável por conta das eleições. "Eu estou com o meu juízo muito perfeito e com a minha cabeça muito boa para não permitir que haja nenhuma sandice neste país."