Setor aéreo: associação considera que fatores "ajudarão as companhias aéreas a melhorar o lucro líquido em 2018, apesar de custos crescentes" (iStock/Thinkstock)
EFE
Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 11h38.
Genebra - A indústria aérea deve arrecadar neste ano US$ 34,5 bilhões, 2,3% a menos que em 2016, mas em 2018 o setor terá um lucro de US$ 38,4 bilhões, o que representaria um crescimento de 11,3%, segundo as previsões econômicas apresentadas nesta terça-feira pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Em sua apresentação sobre a situação do setor neste ano e das perspectivas para 2018, a IATA admitiu que o resultado em 2017 será pior do que o de 2016, mas não tanto como a organização tinha previsto em junho, quando apontava para um lucro de US$ 31,4 bilhões.
A IATA considera que a forte demanda, a eficiência da indústria aérea e pagamentos de juros mais reduzidos "ajudarão as companhias aéreas a melhorar o lucro líquido em 2018, apesar de custos crescentes".
Assim, 2018 será o quarto ano consecutivo de lucro sustentável, com um retorno sobre a capital investido de 9,4%, o que supera o custo médio de capital (7,4%).
Frente ao lucro, os ingressos da indústria aumentarão entre 2016 e 2017: passarão de US$ 709 bilhões a US$ 754 bilhões e darão um salto em 2018.
No próximo ano, os ingressos devem superar US$ 824 bilhões, 9,4% a mais, afirmou a IATA.
No entato, a margem operacional sobre o lucro cairá em 2017 - de 9,2% em 2016 a 8,3% - e piorará até 8,1% em 2018.
A margem líquida passará de 5% do ano passado a 4,6% em 2017, antes de aumentar um décimo no próximo exercício.
O número de passageiros transportados terá uma boa evolução, ao aumentar de 3,8 bilhões em 2016 para 4,1 bilhões neste ano.
Para 2018, a IATA prevê um aumento de 6%, até 4,3 bilhões de passageiros.
A demanda de passageiros aumentou um décimo, até 7,5% em 2017 em comparação com o ano precedente, mas voltará a desacelerar no próximo ano, com um aumento de 6%.
O lucro líquido médio por passageiro transportado ficará situado em 2018 em US$ 8,9, frente aos US$ 8,45 em 2017, mas ambos números são piores que os US$ 9,26 do ano passado.
Quanto à demanda do transporte de mercadorias, os volumes aumentarão 4,5% em 2018, uma porcentagem muito inferior no entanto aos 9,3% registrados em 2017, mas ainda superior aos 3,8% de 2016.
A notável alta experimentada neste ano se deveu ao fato de as empresas necessitarem renovar rapidamente seus estoques para fazer frente a uma demanda inesperadamente forte, indicou a IATA.
O executivo-chefe da IATA, Alexandre de Juniac, considerou que são "bons os tempos" para a indústria aérea global, dado que a segurança é sólida e há "mais pessoas do que nunca" viajando com as companhias aéreas, foram abertas mais rotas e as companhias aéreas conseguem "níveis de lucro sustentáveis".
No entanto, advertiu que "é ainda um negócio duro e o setor enfrenta desafios perante o aumento do custo do combustível e das despesas trabalhistas e em infraestruturas".