Economia

Líder do governo estima arrecadar até R$ 205 bi em 2024 com medidas saneadoras da Fazenda

Guimarães disse que pacote de medidas saneadoras pode ultrapassar R$ 150 bilhões de receitas extras, em 2024

Líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) (Vinicius Loures/Agência Câmara)

Líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) (Vinicius Loures/Agência Câmara)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 24 de agosto de 2023 às 17h46.

Última atualização em 24 de agosto de 2023 às 18h21.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), afirmou nesta quinta-feira, 24, que o pacote de medidas saneadoras da equipe econômica pode ultrapassar em 2024 os R$ 150 bilhões de receitas extras previstas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para cumprir a meta de déficit zero no ano que vem.

Nos cálculos divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo parlamentar, a arrecadação extra pode chegar até R$ 205 bilhões no ano que vem.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

"Se trabalharmos de mão dupla na aprovação dessas matérias, pelos meus dados teremos uma folga muito maior do que a previsão inicial do ministro Haddad", disse Guimarães, ao reforçar que governo e Congresso precisam "caminhar juntos". Ele repetiu o discurso do ministro de que não será criado "nenhum imposto novo".

Guimarães detalhou em coletiva a expectativa de arrecadação de cinco medidas saneadoras que já estão contabilizadas nas estimativas da Fazenda. O valor total chega até R$ 205 bilhões.

Veja abaixo o detalhe de cada medida citada pelo líder:

Taxação das apostas esportivas

Expectativa de arrecadação de R$ 12 bilhões. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou hoje que designará até amanhã, 25, o relator do projeto de lei que regulamenta a taxação das apostas esportivas. A medida provisória que taxa o setor vai ser incluída no texto do PL.

Lira disse que os deputados vão aproveitar as próximas duas semanas para discutir o tema. O prazo para que o projeto de lei seja votado sem que tranque a pauta é até o dia 9 de setembro, segundo ele.

Subvenção do ICMS

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que empresas não podem continuar abatendo do imposto de renda e contribuição social sobre lucro líquido (CSLL) benefícios dados pelos Estados pode render de R$ 80 bilhões a R$ 90 bilhões, segundo o líder.

Novo marco legal de preços de transferência no Brasil

A lei aprovada que trata sobre regras de preços de transferência relativas ao imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ) e à contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) pode render de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões, de acordo com Guimarães.

Carf

O governo estima arrecadar em torno de R$ 60 bilhões com a aprovação do projeto de lei que retomada o chamado "voto de qualidade" do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O mecanismo prevê que os desempates serão favoráveis à Receita Federal nos julgamentos do órgão. O projeto foi aprovado na Câmara e será votado em plenário do Senado na semana que vem.

Taxação de fundos exclusivos e offshores

Estima-se que o governo deve arrecadar cerca de R$ 10 bilhões com a taxação dos fundos exclusivos e R$ 3 bilhões com taxação de offshores, totalizando R$ 13 bilhões.

O governo vai editar até segunda-feira, 28, uma medida provisória com taxação dos fundos exclusivos para compensar a perda de receita gerada pela correção da tabela do imposto de renda. Juntamente com a MP, será enviado um projeto de lei com taxação das offshores.

O acordo entre o governo e Congresso prevê que o teor da MP dos fundos vai ser incorporada ao PL das offshores. O projeto de lei amplo será votado antes da medida provisória caducar.

Acompanhe tudo sobre:ICMSFernando HaddadArthur LiraGoverno Lula

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor