Lula: ele rebateu ainda as críticas ao programa Bolsa Família (Adriano Machado/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 14h12.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou hoje, em palestra para empresários da Câmara de Comércio França-Brasil e das Eurocâmaras, na capital paulista, políticos da oposição, sobretudo o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, que vem advertindo sobre o aumento da inflação.
"Manter inflação na meta com manutenção de salário e emprego não é usual, vamos levar a inflação para dentro da meta mantendo o nível de emprego", frisou Lula.
Ele também respondeu à afirmação de um dos principais colaboradores econômicos de Aécio Neves, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo citou o aumento real do salário mínimo como um dos fatores de pressão inflacionária.
"Tem gente dizendo que é melhor ter desemprego para trazer a inflação para o centro da meta." E voltou a dizer que a inflação voltará ao centro da meta sem comprometer renda e emprego.
Ao falar da gestão petista no País, incluindo a gestão da sucessora e afilhada política Dilma Rousseff, para uma plateia composta de empresários e representantes do sistema financeiro, Lula reclamou da imprensa brasileira, dizendo que nos jornais a impressão é que o "Brasil acabou" e destacou indicadores da economia brasileira, dizendo que poucos países do mundo têm números tão positivos.
Para ele, o governo do PT conseguiu imprimir credibilidade e previsibilidade à economia.
Rebateu ainda as críticas ao programa Bolsa Família, negando que o programa criou um bando de vagabundos no País. "Este é um programa adotado pela ONU como o mais importante de transferência de renda do mundo."
O ex-presidente afirmou ainda que nunca houve tanto crédito no País quanto na gestão do PT. "Colocamos em doze anos uma Colômbia e um Paraguai no sistema financeiro", exemplificou. "Hoje temos trilhões para o crédito".
Copa
Lula criticou a imprensa também em relação aos prognósticos negativos para a Copa do Mundo. Dirigindo-se aos empresários estrangeiros, disse que, caso eles "se informassem pela imprensa brasileira, a impressão é que não iria ter Copa do Mundo no Brasil".
De acordo com Lula, "os mesmo jornais nacionais e estrangeiros que diziam que não iria ter Copa agora estão se rendendo".
E citou o vídeo, apresentado no início da palestra a seu pedido, que mostra uma catadora de lixo de Belo Horizonte falando da alegria de ter a Copa do Mundo no Brasil.
O ex-presidente citou o falecido carnavalesco Joãozinho Trinta, que falava: "quem gosta de miséria é intelectual, o povo gosta de luxo."
Com uma gravata listrada nas cores do Brasil, Lula começou a palestra brincando que não era momento de falar de outros temas que não o futebol.
O evento conta com a presença de empresários de vários países europeus e foi aberto por Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco e vice-presidente da Câmara de Comércio França-Brasil. Na abertura, Barros disse que a qualidade de vida dos brasileiros melhorou muito na gestão do ex-presidente petista, o que aumentou o grau das reivindicações sociais no País.